Quase cem profissionais ligados a empresas e granjas de vários estados brasileiros, incluindo a equipe da Plataforma AgroRevenda, do Grupo Publique, lotaram a sala Ibiza do Hotel Premium, em Campinas (SP), nesta sexta-feira, dia 28, para acompanhar a quinta edição do “Workshop & Bate Papo | APCS – CSP”, tradicional evento mensal promovido pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS) e Consórcio Suíno Paulista (CSP), dirigido a gerentes, encarregados e proprietários de granjas filiadas à associação e ao consórcio. O tema desta jornada foi “As Fases na Terminação Suína”, apresentado e debatido em três palestras de profissionais renomados do segmento.
O encontro teve, ainda, a presença dos presidentes das associações de criadores de Santa Catarina (ACCS), Losivânio de Lorenzi, e do Paraná (APS), Jacir José Dariva, além do diretor da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antonio Mendes.
Durante a abertura, o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Junior, enfatizou que o suinocultor precisa estar continuamente preocupado com as margens do negócio, independentemente dos ciclos que afetam o segmento. “Nosso olhar precisa ficar atento à qualidade do animal que produzimos, sempre, pois isto vai garantir renda em todos os momentos”, aconselhou.
A primeira apresentação foi de Don Malcolm, da empresa Choice Genetics, que falou sobre os investimentos feitos atualmente nos Estados Unidos para garantir boa ambiência nas granjas e obter os melhores resultados devido ao comportamento dos animais.
Na sequência, George Löwen, também da Choice Genetics, destacou os primeiros resultados do lançamento do Reprodutor Macho Terminado P81, um exemplar pesquisado e focado na eficiência alimentar. “Foram altos investimentos realizados pela sede americana da empresa. O animal foi concebido a partir de três objetivos principais: ganho de peso diário, conversão alimentar e composição da carcaça”, reforçou.
Por último, o médico veterinário Lucas Fernandes dos Santos, do Laboratório Microvet, abordou as doenças que impactam diretamente no resultado da granja e indústria. “Temos que nos atentar para a gravidade das doenças respiratórias. Influenza, APP, Micoplasma. E Salmonela também. De qualquer maneira, o problema mais sério na última etapa da criação são as lesões causadas no trato gastrointestinal. E o animal não consegue transformar nutrição em carne. É custo mesmo. Precisamos ficar de olho na salmonela. Até porque ela está indo da creche para a terminação”, alertou Lucas.
No encerramento do encontro, os palestrantes e o público participaram de um debate sobre os assuntos apresentados, e ainda analisaram as condições do mercado brasileiro e mundial da carne suína, bastante afetadas pelas perdas internacionais de países europeus e asiáticos com o alastramento da Peste Suína Africana (PSA). “Pelas informações que recebemos, as perdas na China já alcançam 16 milhões de toneladas, o dobro do total comercializado atualmente no mundo. Mas ainda não há informação sobre quantas matrizes foram abatidas no país. Isso seria vital para sabermos quanto tempo vai ser necessário para os chineses saírem desta situação. De qualquer maneira, já temos nove novas plantas aprovadas para a China e vários outros países vão precisar importar a carne”, informou Ariel Antonio Mendes.
“Penso que o auge da valorização do preço da carne deve ser outubro”, previu Losivânio de Lorenzi. “O momento realmente é muito positivo. Cabe aos produtores manterem-se firmes. Há menos animais, o segundo semestre é muito promissor. No Paraná, já se fala em R$ 6,50. Suíno acima de R$ 105,00 a arroba. É uma realidade. Não é assustador falar em R$ 120. O mercado está competitivo. Mas não podemos imaginar que está bom. Foram 16 meses de prejuízo total. Precisamos de pelo menos seis meses para pagar a conta perdida. E é hora de capitalizar, Sem nunca esquecer da importância da manutenção da Sanidade”, bradou Valdomiro Ferreira Junior. “No Paraná, já se fala em aumento de 30% na produção para atender ao aumento da demanda mundial nos próximos anos, principalmente pelas cooperativas interessadas no mercado externo”, contou Jacir Dariva.
Os participantes também falaram rapidamente sobre a possibilidade do Brasil desistir de sediar o IPVS 2020 como precaução diante do perigo da PSA.
O encerramento do workshop foi marcado por um almoço especial, com dois pratos preparados à base de carne suína: medalhão de pernil com molho doce e baião de dois com lombo. Na parte da tarde, a APCS e o Consórcio promoveram um bate papo exclusivo com os gerentes das granjas presentes.
A primeira edição do Workshop & Bate Papo da APCS e do Consórcio Suíno Paulista foi realizada em fevereiro e tratou do tema “A Suinocultura e o Meio Ambiente”. No segundo encontro, em março, o assunto foi “Fábrica de ração em uma granja de suínos”. O terceiro, em abril, tratou do “O mercado da Cadeia Produtiva da Carne Suína”. No quarto, organizado em maio, a APCS debateu sanidade suína e os reflexos na cadeia produtiva.
O sexto Workshop & Bate Papo vai ser realizado no próximo dia 26 de julho, para debater as “Regras sustentáveis para a Suinocultura”, inclusive com a presença de integrantes da Frente Parlamentar do Agronegócio. “Para se ter uma ideia da gravidade deste tema, hoje, somente no Estado de São Paulo, tramitam 74 projetos que impactam o agronegócio brasileiro”, convidou o presidente da APCS.
O Hotel Premium fica na Rua Novotel, 931, no Jardim Nova Aparecida, em Campinas (SP). E as inscrições dos interessados podem ser feitas pelo site www.apcs.com.br.