No setor de corte, o crescimento foi de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior
Mais de 7,610 milhões de doses de sêmen bovino vendidas em seis meses. O número foi divulgado essa semana pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA). No relatório sobre o desempenho do setor no primeiro semestre de 2015, a pecuária de corte chama atenção, com crescimento nas vendas de 8% em relação ao mesmo período de 2014.
“É um bom resultado, principalmente, se observarmos que o maior impacto no corte aparece a partir de agosto, ou seja, a tendência é que essa porcentagem seja ainda maior nesse segundo semestre”, comenta Márcio Nery, diretor da Asbia e da ABS Pecplan, ressaltando que o bom momento deste setor da pecuária favorece os investimentos. “Acredito que até mesmo produtores de leite passaram a comprar sêmen de reprodutores de corte para criação de bezerros, ampliando as oportunidades de negócio na fazenda. Afinal com a falta de animais, o mercado está absorvendo todo tipo de bezerro em função da demanda reprimida”, destaca.
Em termos gerais – incluindo corte e leite, as vendas de sêmen no país se mantiveram estáveis neste 1º semestre, com crescimento de 0,3%. Já as exportações cresceram significativamente 36% em produtos voltados para corte e 54% nos de leite. A separação dos dados de comércio interno e externo foi adotada pela atual direção da Asbia. “Assim temos a real percepção da realidade do mercado”, afirma o diretor.
Segundo Nery, a expectativa é que o setor de inseminação termine 2015 com um crescimento entre 5% e 6%. Em 2014, o aumento foi de 4,49% em relação a 2013.
As raças. O relatório apresentado pela Asbia incluiu também dados sobre a utilização da técnica de inseminação nos últimos seis anos, revelando o desempenho por raças. A venda de sêmen Angus, por exemplo, subiu 281% neste período, liderando o ranking das raças de corte em 2014 com mais de 3,299 milhões de doses. “Cresce a Iatf, cresce a demanda por um bezerro de qualidade, crescem as vendas de sêmen de Angus”, comenta Márcio Nery. Já entre as raças leiteiras, a holandesa dominou 64% do mercado no ano passado, com mais de 3,144 milhões de doses vendidas.
Alta no dólar pode impactar no preço de sêmen importado
Preocupação das empresas do setor foi externada durante coletiva da Asbia esta semana
Neste ano, a moeda americana subiu cerca de 45%, chegando a casa dos R$3,90. E a forte queda do real frente ao dólar tem preocupado o setor de Inseminação Artificial no Brasil. A situação foi levantada pela direção da Asbia, durante coletiva de imprensa esta semana em São Paulo (SP).
Segundo o diretor da entidade e da ABS Pecplan, Márcio Nery, a variação da moeda pode levar ao aumento do preço de sêmen importado.”O setor está muito impactado e está absorvendo os custos há muito tempo. Não conseguiremos segurar mais”, avisa, destacando que a tendência é que os preços, principalmente, dos materiais genéticos das raças Angus, Holandês e Jersey sofram reajustes.