Vantagens zootécnicas e financeiras do confinamento

Por Marcos Baruselli – Gerente de categoria Confinamento da Tortuga | DSM

O confinamento é um sistema de produção de bovinos de corte que está crescendo de forma muito expressiva no Brasil, com uma taxa de crescimento média de 8%, entre 2007 a 2015, conforme mostra o gráfico 1. Para 2017, a expectativa é a de que se confine no Brasil cerca de 4,6 milhões de bovinos, um crescimento significativo frente a 2016 em função, basicamente, da queda do preço do milho e do preço da reposição neste ano.

O crescimento do confinamento no País também se dá em função de diversas vantagens zootécnicas e financeiras, entre as quais se destacam a antecipação da idade de abate, do ciclo de produção e da entrada de capital. Outras vantagens incluem a produção de bovinos de maior peso, com maior rendimento de carcaça e melhor acabamento de gordura, o que invariavelmente determina uma oferta de carne de melhor qualidade.


A produção de bovinos por meio do sistema de confinamento é capaz, inclusive, de abrir a possibilidade ao produtor rural de receber uma maior remuneração no preço da arroba bovina por parte do frigorífico, fato já constatado por diversos confinadores em diferentes estados do Brasil. Bovinos oriundos de raças específicas de corte, com destaque para a raça nelore, entre 2 a 3 anos de idade, sendo a maior parte formada por machos inteiros, consistem na categoria animal que mais é confinada no Brasil. Contudo, machos castrados, novilhos e novilhas de diversas raças, incluindo as europeias e seus cruzamentos, e até mesmo touros e vacas de descarte, também têm sido confinados com vantagens em diferentes partes do Brasil.

O sistema tem sido vantajoso porque permite ao produtor rural driblar o período seco do ano, tido como o “gargalo da pecuária de corte” – quando as pastagens tornam-se secas e fibrosas, com baixos níveis de nutrientes.

Durante a seca, o animal reduz ou até mesmo anula as suas taxas de produtividade, perde peso, e não raro, até morre, comprometendo de forma drástica os indicadores zootécnicos e financeiros da propriedade rural. É no período seco do ano que os bovinos são retirados das pastagens e encaminhados para a engorda em sistemas de confinamento, onde então recebem uma alimentação balanceada e equilibrada, capaz de proporcionar elevadas taxas de ganho de peso num curto período de tempo, normalmente de 90 a 95 dias.

O bovino confinado ganha em 90 dias entre 6 a 8 arrobas e atinge rapidamente o peso ideal de abate. Para efeito de cálculo, a média de ganho em arrobas no Brasil de bovinos em regime de pastagens é de 3 a 4 arrobas por hectare por ano. Logo, o confinamento é um sistema que ajuda o produtor rural a produzir mais – com menos área e em menor tempo.

Propriedades rurais que adotam de forma estratégica o sistema de confinamento tornam-se mais produtivas e competitivas, inclusive frente a outras atividades agropecuárias, como cana de açúcar, soja ou eucalipto.

A Tortuga | DSM realizou em conjunto com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade São Paulo (Cepea – Esalq/USP), entre agosto a novembro de 2016, a terceira edição do Tour DSM de Confinamento para demostrar resultados zootécnicos e financeiros aos produtores rurais. Ao todo foram cerca de 10 mil animais avaliados, divididos em seis confinamentos, onde estiveram presentes mais de mil produtores rurais para ver de perto os resultados da aplicação dos produtos da nova e exclusiva linha Fosbovi® Confinamento CRINA® RumiStar™, lançada em 2015.

A avaliação zootécnica balizada pela equipe técnica da DSM comprovou que os novos produtos da marca Tortuga contribuíram para a produção de animais mais bem acabados e mais pesados, com ganho adicional de, no mínimo, uma arroba a mais por bovino durante o ciclo de confinamento. A equipe técnica constatou também em todos os seis confinamentos uma melhor adaptação dos animais à nova dieta e uma taxa de refugo de cocho próxima a zero.

No que tange aos resultados financeiros avaliados pela equipe do CEPEA, coordenada pelo professor Sérgio De Zen, constatou-se que todos os seis confinamentos mostraram resultados financeiros positivos, conforme demonstra o gráfico 2.


Nota-se no gráfico 2, por exemplo, que o confinamento denominado MS-1 apresentou um ponto de equilíbrio igual a R$ 133,00. O que quer dizer que este foi o custo de produção de 1 @ naquele confinamento no ano de 2016. Em 2016 o preço do milho encontrava-se em patamares elevados, o que aumentou o ponto de equilíbrio em R$ por arroba produzida. Contudo, analisando o mesmo exemplo do confinamento MS-1 percebe-se que o preço da venda foi maior que o preço de equilíbrio, sendo de R$ 145,1, gerando um retorno positivo sobre o investimento no confinamento. A mesma análise pode ser extrapolada para todos os demais confinamentos, conforme mostra o gráfico 2, onde todos os confinamentos avaliados proporcionaram taxas de retorno financeiro positivas.

Já o gráfico 3, também elaborado pela equipe do CEPEA mediante análise financeira criteriosa, também mostra que o retorno financeiro foi positivo em 100% dos confinamentos analisados. Para calcular a taxa de retorno, a equipe do CEPEA incluiu desembolsos com mão de obra, manutenção de máquinas, combustível, custo da ração etc.

Verificou-se que o Retorno sobre Investimento (ROI) teve um índice altamente positivo em todos os confinamentos avaliados, mesmo diante de um ano bastante desafiador para os produtores, como foi o ano de 2016, marcado pela alta de custos de alguns insumos, por exemplo, o preço do milho que atingiu mais de R$ 50,00 por saco de 60 Kg em alguns estados tradicionalmente confinadores.


Sobre o Tour DSM de Confinamento 2016, o professor Sérgio De Zen chama a atenção para o fato de que os índices zootécnicos e financeiros registrados mostraram que a tecnologia, quando bem aplicada, gera resultados muito positivos e que os pecuaristas já estão bastante atentos para este conceito. “Uma das questões mais importantes dos resultados é que os índices mostraram que o incremento de produção compensou os investimentos dos produtores. Especialmente em um ano difícil como o ano de 2016, as tecnologias contribuíram para elevar os resultados e a rentabilidade da atividade”, comenta De Zen.

Para 2017, a DSM já programou mais uma etapa do Tour DSM de Confinamento em que novamente serão gerados indicadores zootécnicos e financeiros de confinamentos que serão apresentados aos confinadores de todo o Brasil.

Confira as próximas etapas do Tour DSM de confinamento 2017 aqui e fale com seu representante para participar!

 

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