Lideranças da agropecuária e executivos do setor de suplementação mineral prestigiaram o primeiro dia do 10º Simpósio da Asbram, realizado em Campinas nesta quinta-feira, 23.
Na abertura oficial, a diretora-executiva da Asbram, Elizabeth Chagas, agradeceu especialmente os dois patrocinadores que acreditaram no evento ‘de cara’, as empresas Vale Fertilizantes e Mosaic. Na sequência, o presidente Nelson Lopes revelou os dados de uma pesquisa encomendada pela Asbram. As 54 empresas de suplementos associadas são responsáveis por 1,8 milhão de toneladas, 67% do total consumido no país. Os outros 32% são provenientes de não filiadas, que produzem cerca 900 mil toneladas.
Segundo Nelson, há atualmente 400 empresas atuando no Brasil, , sendo responsáveis por 2,78 milhões de toneladas. “O objetivo é ter 80% delas como associadas nos próximos anos”, afirmou.
A primeira palestra coube ao economista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria e apresentador e comentarista da Globonews. Ele enfatizou que ainda não terminou a boa fase dos países emergentes diante dos mais ricos. “De cada quatro dólares criados, três vêm dos países emergentes e beneficia essencialmente as nações que produzem alimentos, principalmente as proteínas animais”, afirmou. Para ele, os problemas econômicos vêm sendo resolvidos, ao contrário do panorama político vivido, e que ainda vai persistir. “A recuperação vai continuar. Nós sempre fomos movidos à confiança, Além disso, a China vai investir pesado em nossos produtos agrícolas e no financiamento de projetos de infraestrutura aqui dento, e a Índia vai ser o grande vetor asiático de impulso do Agro brasileiro nas próximas décadas”, examinou. E ainda argumentou que o futuro é de uma explosão de oportunidades de negócios para os países emergentes.
Na sequência, o professor doutor norte-americano John Ikerd falou sobre as oportunidades e desafios dos mercados globais para a produção sustentável de proteína bovina. “O Brasil precisa investir em tecnologias para melhorar a produção de carne, sem esquecer da sustentabilidade representada pelas pastagens naturais e preocupações com o meio ambiente”, afirmou.
Ele defendeu mudanças contínuas nas áreas produtivas. “Os sistemas menores e alternativos vão substituir os modernos complexos agroindustriais em nome de um mundo novo, de novas gerações. Um mundo que tenha comida suficiente, de qualidade, sem prejudicar o planeta”, disse.
O homenageado com o Prêmio Excelência Asbram 2017 foi o professor e pesquisador da ESALQ/USP, Moacyr Corsi, um dos maiores especialistas do mundo em pastagens intensivas, manejo, adubação e conservação em pecuária de corte e leite. O troféu foi entregue pelo ex-presidente da Asbram, Fernando Penteado. “Foi uma honra e satisfação enorme receber essa premiação da Asbram. Minha vida profissional foi dedicada a pecuária, sempre acreditando que ela pode ser tão rentável quanto a agricultura.”
Para Corsi, o pecuarista capitalizado passa a ter maior cuidado com o meio ambiente e com a questão social. “Isso acontece, pois ele passa a perceber que essa zeladoria no uso da água, por exemplo, ajuda na qualidade das pastagens e por consequência na produtividade por hectare. Ele também passa a ter mais cuidado na preparação da equipe de trabalho”, explica.
O primeiro dia foi encerrado com a degustação de churrasco de carne meio sangue Senepol preparado pelo mestre parrillero argentino Daniel Mansour.
“Mais um evento de destaque que contou com a chancela da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol). Hoje, tivemos Senepol na entrada e no prato principal, sempre levando aos consumidores o nosso lema, “o Senepol é bom do Pasto ao Prato”, afirmou Camillo Gomes Leal, diretor de eventos da entidade.