O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu o esforço conjunto dos setores público e privado para fortalecer a imagem da agropecuária brasileira no comércio internacional em busca de novos mercados consumidores.
A afirmação foi feita nesta quarta (6), em São Paulo, na primeira reunião do Conselho do Programa de Imagem e Acesso a Mercados do Agronegócio Brasileiro (PAM AGRO), que reúne governo e entidades do agronegócio para discutir estratégias comerciais para produtos brasileiros.
Participaram do encontro os ministros Blairo Maggi (Agricultura) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), o presidente da Agência Brasileira de Promoção das exportações e Investimentos (Apex Brasil), Roberto Jaguaribe, e presidentes e dirigentes de entidades do setor produtivo.
“Os setores público e privado precisam se unir nesse projeto para que ele possa refletir a grandeza da agropecuária nacional, fortalecendo a imagem do nosso país. O PAM AGRO deve ser um catalisador de ações públicas e privadas de defesa de interesses da agropecuária, promovendo de forma altiva o nosso setor”, disse o presidente da CNA.
Em seu discurso, Martins afirmou que com o crescimento das exportações brasileiras do agro “os temas de comércio internacional aproximam-se cada vez mais do produtor rural”, o que reforça a necessidade de o setor ter a necessidade de fortalecer sua promoção comercial e sua imagem.
O presidente da CNA lembrou que a marca de um produto é a percepção que as pessoas têm sobre o que podem esperar daquele setor, região ou país. “É comum as empresas conhecerem o valor econômico de suas marcas e trabalharem duro para que esse valor seja transmitido para seus consumidores. Elas investem para conscientizar a população sobre seus produtos e serviços”.
E acrescentou que “o mesmo conceito deve ser aplicado para a marca de um setor, uma região e um país”.
Martins destacou que o produtor brasileiro “é um mestre no cultivo, acorda cedo e trabalha suas terras de forma impecável”, além de estar aberto a inovações e investir em tecnologia para elevar a eficiência da sua lavoura e manter-se competitivo no mercado internacional.
Reforçou, também, o compromisso do setor com a preservação ambiental. “Isso nós sabemos. Mas será que os nossos compradores sabem?”.
Neste contexto, lembrou que uma missão da CNA esteve recentemente na China, destino de 25% do total das exportações brasileiras do agronegócio, sendo que 48% do açúcar, 46% da soja, 20% das carnes e 12% dos couros embarcam para o país asiático.
Apesar da boa participação, alertou que o consumidor chinês ainda desconhece o status do Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos e salientou que esta percepção precisa mudar e o país precisa promover a aproximação entre produtores brasileiros e seus compradores.
“Estamos decididos a buscar soluções para que o esforço dos nossos produtores, a sustentabilidade das nossas lavouras e a alta qualidade dos nossos produtos sejam reconhecidos pelos consumidores”.
Martins falou sobre ações da CNA neste sentido, como o projeto CNA Agro Brazil, que levou adidos agrícolas de 13 países para conhecer a realidade da produção agropecuária em Mato Grosso do Sul e no Vale do São Francisco, e na discussão de estratégias conjuntas com a Argentina para ampliar as exportações para a Ásia.
E propôs ao Conselho do PAM Agro o engajamento nesta aproximação entre produtores e consumidores e defendeu a consolidação da marca brasileira na China e busca de oportunidades no Japão e Coreia do Sul. Estes dois mercados tem um potencial de comércio de US$ 32 bilhões a ser explorado, disse o presidente da CNA.
Martins disse, ainda, que o Brasil não pode perder oportunidades de participação em feiras internacionais, eventos de exposição pública e a realização de ações com a mídia e redes sociais para promover a imagem do agro.