Todos os atributos zootécnicos de um bovino adaptado e eficiente na pecuária tropical aliados a qualidade da carne do único taurino que cobre a campo de Norte a Sul do País fazem do Senepol uma das raças mais procuradas do momento
A necessidade que a China tem de importar proteína animal e a abertura do gigantesco mercado ao produto brasileiro provocaram uma reviravolta na nossa pecuária de corte. O que parecia ser uma onda forte, porém passageira, vem contrariando expectativas menos otimistas e se firmando como um caminho sólido e promissor para a cadeia da carne. Por conta desse movimento as agências de análises econômicas determinaram a mudança de status das altas da cotação do boi há meses e o que era ágio já virou média mantendo os preços firmes acima da casa dos R$ 200,00.
No cenário macro, o Brasil que já era um player poderoso passa a ser o mais forte concorrente na carne. Se refletirmos sobre 2018, ano em que o país bateu recorde na exportação do produto in natura e embarcou 1,353 milhões de toneladas, para faturar R$ 5,6 bilhões, observamos que a comercialização para a China representou cerca de 1%. Aquela era uma situação muito diferente da instalada nos dias de hoje, quando a China, incluindo Hong Kong, comprou 56,5% da carne bovina brasileira no acumulado de 2020 até maio, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
E o país asiático não se destaca apenas em volume: chega a pagar até o dobro do que é oferecido pela proteína destinada ao mercado interno, considerando os preços no atacado. Mas embora o desejo da China pela nossa carne seja grande, esse mercado também é muito exigente. A população asiática quer consumir cortes que sejam provenientes de animais precoces, com todo o controle sanitário e que tenham alta qualidade com a presença de gordura adequada e entremeada para tornar a carne mais macia e suculenta.
Esses fatores e os dados expressivos atestam que a pecuária brasileira tem condição de ofertar carne de qualidade e em quantidade para os chineses e para o mundo, bem como de acompanhar a evolução desse mercado e atender a demanda externa. O repasse desses contratos chega ao fazendeiro e os bônus pagos atualmente estão entre R$ 5 a R$ 15 por arroba para animais que atendam às exigências do mercado chinês. Para agregar valor e receber essa diferença é fundamental que os pecuaristas entendam as condições de um boi tipo exportação e saibam produzir o animal ideal para o abate nas plantas habilitadas. Existem requisitos referentes a sanidade do gado que envolvem a isenção total de doenças ou seus indícios, uso exclusivo de medicamentos autorizados, atendimento a prazos de carência dos produtos fármaco veterinários, rastreabilidade e tipo que alimentação que não contenha produtos oriundos de ruminantes. Há também as exigências que são relacionadas a qualidade da carne, como a idade inferior aos 30 meses e a dentição que revela a precocidade da rês. Nesse ponto o Senepol pode contribuir para qualquer projeto de pecuária de corte do Brasil com uma lista de atributos zootécnicos. Além da resistência a carrapatos e da mansidão, os touros Senepol são adaptados aos trópicos e os únicos entre as raças taurinas que cobre com eficiência a pasto. Entre outros méritos da raça devem ser destacados o porte médio, de frame moderado, e capacidade para se manter produtivo preservando elevada conversão alimentar em condições desfavoráveis de pastejo, fator que faz o animal ter menor exigência de energia na sua mantença corporal e poder de transferir os nutrientes em maior quantidade para acelerar o crescimento e o acabamento de carcaça. Em condições adequadas de pastejo, semi-confinamento, e confinamento os cruzados de Senepol chegam ao ponto de abate, em média, aos 23 meses e com gordura subcutânea de 5,6 mm, segundo uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) onde também foram identificados por medição de ultrassonografia o elevado percentual em AOL (Área de Olho de Lombo) com carcaças de 81,82 cm em média na região dos cortes nobres. “A genética do Senepol é um insumo para a produção de uma carne melhor por todas as vantagens que apresenta, do pasto ao prato. A raça tem se destacado em quase todos os quesitos necessários e exigidos por grifes e marcas que são referência nacional. Vários programas internos atestam esse diferencial. A ABCBSenepol, por exemplo, disponibiliza aos associados e pecuaristas que usam genética da raça o programa de certificação e bonificação SQA (Senepol Quality Assurance) que está integrado à Plataforma de Qualidade – Carne Bonificada da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Existe também o programa da marca 1953 para animais com 50% de genética taurina onde o Senepol é muito apreciado”, diz o diretor de Relações internacionais da ABCBSenepol, Fábio Mello.
Sobre ABCBSenepol:
A ABCBSenepol é delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Brasil para a execução do Serviço de Registro Genealógico da raça Senepol. Hoje, o Brasil é referência mundial em seleção da raça, que vem se consolidando na pecuária de corte nacional por ser precoce, dócil, rústica e ter bom rendimento de carcaça.
Informações adicionais: www.senepol.org.br