Fruticultura brasileira envolve 2,4 milhões de hectares, seis milhões de empregos e exportações de quase um bilhão de dólares.
O Serviço Brasileiro de Certificações participou de todas as atividades do 26º Congresso Brasileiro de Fruticultura, realizado em Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco. O evento durou cinco dias, em outubro passado, reuniu quase mil profissionais vinculados a instituições de pesquisa, ensino e extensão, produtores, empresários e representantes de órgãos públicos e empresas privadas que atuam no agronegócio internacional e no apoio a agricultores em mais de 15 países da América Latina, África Oriental e Sudeste Asiático.
Eles acompanharam uma feira de negócios, sessenta eventos técnico-científicos (entre minicursos, conferências, mesas-redondas e palestras), além de 800 trabalhos científicos propondo inovações sobre Biotecnologia, Botânica, Fisiologia, Colheita, Pós-Colheita, Defesa Fitossanitária, Cadeia Produtiva, Fitotecnia, Genética, Melhoramento, Processamento, Propagação e Mudas, Solos, Irrigação, Nutrição de Plantas e Mercado. Também conheceram novas tecnologias, como o uso de drones para aplicação de uma película que protege as plantas do estresse provocado pelo sol. “É uma espécie de protetor solar, que faz baixar a temperatura das folhas e aumentar o conforto térmico da planta”, explicou o professor Italo Hebert Lucena Cavalcanti, Vice-Presidente da comissão organizadora do evento. E também os fisioativadores que estimulam as plantas a se desenvolverem com mais vigor, produtividade e qualidade. Os participantes ainda visitaram centros de pesquisa da Embrapa na região e projetos produtivos consagrados, como do Grupo Labrunier e das Fazendas Agrobras e Argofruta, grandes produtores de uva e manga.
“Foi um evento bem diferente, de alto nível, com um foco muito forte em técnicas de produção. Devemos marcar presença na edição do ano que vem, talvez até com um estande para atender nossos clientes com uma estrutura maior, no sentido de prospectar novos negócios e mostrar os diferenciais do trabalho do SBC com protocolos como o GLOBALG.A.P., exigência para quem deseja fornecer aos países europeus”, afirmou o Responsável GLOBALG.A.P. do Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), Matheus Modolo Witzler, empresa que é associada à Abrafrutas. “Nosso objetivo foi ampliar a sustentabilidade técnica, social e econômica da fruticultura nacional, com impactos na geração de empregos e na elevação da competitividade da agricultura brasileira”, analisou Paulo Roberto Coelho Lopes, presidente do Congresso, que teve como tema central a ‘Fruticultura de Precisão: Desafios e Oportunidades’.
A fruticultura é praticada em 2,4 milhões de hectares do território brasileiro e emprega diretamente seis milhões de pessoas. O país é o terceiro maior produtor mundial, mas só destina ao exterior 2,5% deste total, faturando pouco menos de um bilhão de dólares. São quinhentos produtores brasileiros certificados GLOBALG.A.P. para atender o exigente mercado da União Europeia, que, desde a virada do semestre, já estão cumprindo a atualização da norma, a mais importante certificação internacional de Boas Práticas Agrícolas para exportação de frutas, legumes e verduras dirigida aquele mercado. Na reunião da Abrafrutas em Juazeiro (BA), a entidade ainda discutiu as principais tendências do mercado mundial, como a crescente eliminação de resíduos e a segurança alimentar dos produtos e consumidores, o projeto de criação de um protocolo nacional de boas práticas nas lavouras de frutas e um selo ‘Frutas do Brasil’, para atender o mercado interno e internacional. “Estamos conversando, desenvolvendo o modelo, definindo os detalhes e ajustando como devem ficar os pontos de análise e verificação dentro de um novo protocolo. É um negócio grande, que requer um trabalho minucioso, e interessa bastante à Abrafrutas e ao SBC. Somos parceiros nesta empreitada e estamos atuando juntos neste projeto”, reforçou Matheus Modolo Witzler.