Dois dias intensos de treinamento e atualização para qualificar os próprios técnicos e ajudar os empresários rurais brasileiros que exportam carne bovina para o exigente mercado europeu. Este foi o principal objetivo do encontro promovido pelo Serviço Brasileiro de Certificações – SBC Certificações, no início deste mês, em Botucatu, a 200 quilômetros da capital paulista, município onde está sediada a empresa.
O trabalho rotineiro de atualização dos técnicos já é uma prática da SBC, reconhecida pelo mercado como única entre todas as certificadoras brasileiras. E o curso deste ano foi especial, pois reforçou mais uma etapa do processo de transição do gerenciamento integral da Base Nacional de Dados do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (BND/SISBOV) para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que está dando apoio gerencial e operacional à gestão das Normas que regem o processo, até a instrução definitiva do protocolo de rastreabilidade de produção de carne bovina brasileira.
“Foi muito importante este trabalho porque tivemos que repassar todas as atualizações da Instrução Normativa 51 (IN 51), que passou a reger o Sisbov desde o dia 8 de outubro passado. E tivemos uma participação maciça, o que foi muito satisfatório. Sem falar que aproveitamos e discutimos as peculiaridades de cada estado”, analisou Beatriz Pereira, Gerente de Certificação da SBC, responsável pela parte técnica e análise de laudos.
A empresa é líder do Sisbov, atuando em 28% das fazendas certificadas, incluindo os grandes confinamentos do país, e inserindo quase dois milhões de bovinos por ano, além de ser a única certificadora a atuar em todos os estados habilitados do Brasil, com mais de cinquenta colaboradores e auditores habilitados. A rastreabilidade é um processo de identificação exigido pelos importadores europeus e que compreende o acompanhamento de todos os eventos, manejos, as ocorrências, transferências e movimentações realizadas durante a vida do animal. Com a característica de individualidade da identificação.
“Fizemos nossa reciclagem rotineira, participamos do treinamento diferenciado sobre a nova normativa, publicada recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Vimos vários pontos muito interessantes, inúmeras questões que facilitam o nosso trabalho na prática e na desburocratização dos processos, o que acaba auxiliando os próprios pecuaristas. Tudo ajudou na condução do nosso trabalho. E, além da reciclagem, com procedimentos levantados e colocados na prática, fizemos provas para qualificação, com todos os profissionais sendo avaliados”, explicou Gustavo Martins Silva, técnico de Rastreabilidade sediado em Bagé (RS).
A IN 51 é um passo a mais no processo de rastreabilidade do gado brasileiro, iniciado há dez anos. As novas regras favoreceram os pecuaristas que já fornecem a proteína ao mercado europeu, pois facilitam o processo, reduzem a burocracia, adaptam o processo produtivo aos modernos mecanismos, como a digitalização, e garante à fazenda habilitada que receba do frigorífico um comunicado com as informações dos números e motivos dos animais desclassificados no abate.
O empenho dos técnicos para estudarem e compreenderem as regras que envolvem a normativa e os protocolos foi destaque do curso deste fim de ano, segundo Rodrigo Camargo, Gerente Operacional e Assistência de Certificação da SBC. “Contamos com 99% dos supervisores de campo, profissionais ligados diretamente às propriedades e em contato permanente com os clientes. Este trabalho de atualização diante das normas é uma das marcas da qualidade da SBC e reforça a liderança e presença da empresa no mercado. Afinal, grande parte de toda a exportação brasileira de carne bovina passa pela SBC, passa pelas nossas mãos, passa pelos nossos técnicos. Foram dois dias de saldo extramente positivo.
E o investimento na qualificação dos técnicos reflete diretamente na conformidade de todos os processos e no atendimento de todas as exigências do mercado. Inclusive porque os padrões internacionais de qualidade estão cada vez mais exigentes e temos que criar processos ainda mais robustos e segurança nas ações”, comentou. Uma postura reconhecida por Sérgio Amaral Castro Filho, sediado em Campo Grande (MS), auditor do SISBOV, auditor líder ISO 9000, do Selo da Cadeia de Fornecimento, com habilitação para fazer as auditorias de produtos orgânicos e sócio ambiental. “O treinamento cumpre com a exigência da nova Instrução Normativa, que exige atualização dos técnicos de forma presencial, além de uma avaliação do conhecimento específico de cada auditor”, reforçou Sérgio Amaral.
E é essa postura de se abrir ao mercado, ampliar o leque de atividades e atuar com novos produtos que vem movendo o planejamento estratégico da SBC para os próximos dez anos. “A ideia é ter outros protocolos para aumentarmos o número de clientes, atuando em setores como armazém de grãos, carne para o mercado chileno, como na área de exigências sobre tipificação de carcaça, e o mercado de produção de frutas e grãos”, assegurou Matheus Modolo Witzler, Responsável Técnico GLOBALG.A.P. da SBC.
“Sem falar que a ampliação de serviços que vão ser ofertados ao mercado pela empresa vai provocar um aumento na demanda por auditores e o investimento na qualificação de novos e dos atuais profissionais. E ainda ajuda a rotina de todo os colaboradores e auditores, pois conseguimos trabalhar na mesma propriedade com vários protocolos, seja grãos, carne, frutas, entre outros. Conseguindo intercalar todo um processo de rastreabilidade propriamente dito”, completou Rodrigo Camargo.
E a internacionalização das atividades é outra meta da empresa para mais uma nova década de negócios. “A SBC percebeu que não tem o perfil de ficar em um protocolo único. Pela forma que a empresa atua e está se estruturando, ela tem todas as condições de atender outros protocolos de certificação, com reconhecimento internacional para alavancar cada vez mais o nome da certificadora no mercado mundial de certificações”, justificou Sérgio Amaral Castro Filho, auditor sediado em Campo Grande (MS), estado importante na certificação Sisbov e integrante da região de maior resultado no embarque de carne bovina de fazendas habilitadas ao mercado europeu.
“Sei bem da experiência do SBC, o feedback que recebo diariamente desde que entrei, há dez anos. É uma praxe da empresa e nem sempre ocorre em outras corporações que atuam no mesmo segmento. Agora, é seguir, amadurecer os projetos e implantar novos protocolos”, apostou José Formigone Neto, de Rondonópolis (MT). “É extremamente importante mantermos os padrões de vistoria, a atualização das normas e a uniformidade dos procedimentos técnicos a campo. É por isto que a SBC está muito a frente dos sistemas, trazendo novas informações ao produtor e se adequando à medida que as transformações vão ocorrendo. Podemos constatar que a SBC sai na frente de todo processo de certificação. E quando as mudanças ocorrem, já estamos preparados para poder segui-las”, concluiu Olgmar Costa Coelho, Técnico de Goiás e Mato Grosso.
Sobre a SBC Certificadora – A SBC foi criada em 2002, em Botucatu, pelos médicos veterinários Cristina Lombardi, que atuou no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e no Frigorífico Independência, e Luiz Henrique Witzler, dois renomados profissionais da história da rastreabilidade bovina no Brasil. O objetivo foi trabalhar com SISBOV, para atender a demanda de exportação de carne bovina à Europa. Hoje, a empresa é líder de mercado neste sistema, atuando em 28% das fazendas brasileiras certificadas, incluindo os grandes confinamentos do país, e quase dois milhões de bois por ano. E atende as grandes empresas deste setor. Tem presença em onze estados brasileiros e escritórios em Cuiabá, Goiânia, Campo Grande, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, além de representante no Paraná. Mantém sede em Botucatu e trabalha com cinquenta colaboradores e auditores espalhados pelo país. A SBC é credenciada para as certificações SISBOV, validação de indústrias e protocolos particulares. E está em fase final de acreditação pelo Inmetro para GLOBALG.A.P. nos escopos de frutas e grãos.