Em crescimento há três anos, o rebanho bovino mundial deverá superar 1 bilhão de cabeças em 2018, um patamar já atingido em 2014.
O Brasil tem grande importância na composição desse número de animais, mas os principais crescimentos do rebanho mundial vêm ocorrendo nos Estados Unidos, na Argentina e na Austrália.
Os americanos começam a recuperar o espaço perdido. Viram o seu rebanho, que chegou a superar 100 milhões de cabeças, recuar há quatro anos para 87 milhões. Deve voltar para 94 milhões no próximo ano.
Os argentinos, devido a uma política equivocada do governo na última década, também conviveram com uma queda acentuada do rebanho, que recuou para patamares inferiores a 50 milhões de cabeças. No próximo ano, voltará para 54 milhões.
Já os australianos, cujos pastos foram castigados por intensa seca nos últimos anos, voltam a ter 25,5 milhões de animais.
Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que estima o rebanho brasileiro em 232 milhões de animais e o indiano em 305 milhões. No caso da Índia, estão incluídos os búfalos.
O rebanho mundial cresce em um bom momento para o mercado internacional de carne, principalmente devido à intensa demanda por parte dos países asiáticos.
Os chineses, com renda média maior, vão consumir um volume recorde de 8,1 milhões de toneladas de carne bovina no próximo ano.
Nos últimos cinco anos, a produção chinesa de carne bovina cresceu 7%, enquanto o consumo teve evolução de 20%. O país é um dos principais importadores mundiais, adquirindo 1 milhão de toneladas por ano.
O Brasil, devido a problemas na produção de outros competidores ganhou boa parte desse mercado. Exporta quase um terço do que a China importa.
A demanda mundial por carne bovina abre novos horizontes para o Brasil nos próximos anos. A concorrência, no entanto, aumentará devido à recomposição de produção em outros competidores.
O Usda estima que a produção mundial de carne bovina atinja 63 milhões de toneladas em 2018. Em 2015, estava em 59,6 milhões.
O Brasil e a Índia são os maiores exportadores mundiais de carne bovina, colocando 1,8 milhão de toneladas cada um no mercado externo. Já os americanos são os principais importadores, comprando 1,4 milhão de toneladas por ano.
MAIORES CRESCIMENTOS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
As regiões Norte e Nordeste são as que têm os maiores crescimentos no Valor Bruto de Produção (VBP) no setor agrícola, embora ainda tenham pouca participação no total nacional.
Dados do Ministério da Agricultura indicam evoluções de 28% para o Nordeste e de 11% para o Norte. Enquanto o Centro-Oeste pouco evolui, as regiões Sul e Sudeste têm reduções no valor de produção.
José Gasques, analista do Ministério da Agricultura, estima que o VBP total do país atinja R$ 534 bilhões neste ano, 2% mais do que no anterior.
O crescimento virá das lavouras, que somam R$ 366 bilhões. Já o VBP da pecuária (bovinos, suínos, frango, leite e ovos) recuaria para R$ 170 bilhões, 6% menos do que em 2016.
Os destaques na lavoura são soja, cana e milho. A oleaginosa lidera com valor de produção estimado em R$ 116 bilhões. Já na pecuária, bovinos e frangos, carros-chefes do setor, têm queda de 7% e 12%, respectivamente.
Esses dois segmentos foram muito afetados por quedas de preços, oriundas da recessão econômica e de crises vividas pelo setor no primeiro semestre.
O valor da produção entre a maior e a menor região produtora agrícola é muito distante.
Segundo o Ministério da Agricultura, a líder Centro-Oeste deverá obter renda de R$ 101 bilhões neste ano. A região Norte ficará com apenas R$ 17 bilhões.
FONTE: FOLHA DE SP