Workshop & Bate Papo da APCS discute as exigências do produtor, do consumidor de carnes e o desafio de dialogar com os inimigos da produção animal.
A Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) e o Consórcio Suíno Paulista (CSP) promoveram nesta sexta-feira, dia 27, em Campinas (SP), no Hotel Premium, a sétima edição do tradicional Workshop & Bate Papo com o tema ‘A Suinocultura que nós queremos! Ou a que o consumidor deseja?’. Os debates envolveram o panorama futuro da utilização do milho como item fundamental da dieta das granjas, a guerra promovida pelas organizações não-governamentais (Ong´s) que combatem o consumo das proteínas de origem animal e que desejam impedir a produção comercial com rebanhos.
A abertura foi realizada com a recepção e análise do mercado do presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Junior. Ele salientou a força da campanha ‘Semana Nacional da Carne Suína’, lançada na última quinta-feira, dia 26, em São Paulo, pela associação nacional do setor (ABCS), agora com a adesão do Grupo Carrefour, que possui mais de quatrocentas lojas no Brasil. E falou dos valores pagos pela carne suína no Estado de São Paulo nesta semana. “Conseguimos trabalhar em R$ 93,00 a R$ 95,00 a comercialização da arroba e seguimos com tendência de manutenção”, reforçou.
Ao longo do dia, foram três palestras gerais, na parte da manhã, e outras duas na parte da tarde, estas restritas aos donos e funcionários de granjas.
Na primeira apresentação, às nove da manhã, Rodrigo Knop Guazi Messias, consultor técnico da Basf, tratou da ‘Dieta do suíno sem milho. É possível?’. Rodrigo é Mestre e Doutor em Nutrição e Produção Animal, e já atuou como pesquisador na BRF. Ele apontou que o mundo vem consumindo mais milho do que produz e que o Brasil vem avançando na fabricação de etanol a partir do grão. Motivos para preocupação. “Existem várias opções para formular a dieta dos animais de produção, como os resíduos de trigo, arroz, do próprio milho usado para produzir álcool. Mas o produtor precisa verificar bem a questão de qualidade energética, preço, demanda e características nutricionais dos substitutos”, aconselhou Rodrigo Messias.
Na sequência, Nury Aymée Collona Rodriguez Garcia, da Orion Nutrição Animal, analisou o ‘Custo de produção. Onde reduzir e como?’. Nury é Médica Veterinária graduada na Universidade de São Paulo (USP) e já desenvolveu diversos projetos de pesquisa em nutrição, tendo atuado na Mcassab em investigações envolvendo Qualidade, Regulatórios e Formulação. Ela destacou os números de produção, comercialização e preços de mercado da carne suína brasileira, falou sobre os casos de Peste Suína Africana (PSA), ressaltou o crescimento vertiginoso das importações pela China e mergulhou na importância da alimentação dos animais. “A fábrica de ração é a alma do nosso negócio. O criador precisa ficar de olho em inúmeras questões: misturador, estoque, planejamento, granulometria, eficiência da moagem, uso de alimentos alternativos, uso de aditivos”, alertou.
Na última apresentação da manhã, Iuri Machado proferiu a palestra ‘Reavaliando a profissionalização da suinocultura, o caminho da sobrevivência e perpetuação do negócio’. Médico Veterinário, Iuri é Mestre em Reprodução de Suínos, Consultor Técnico, sócio da empresa Integrall e integrante da área de suínos da Federação de Agricultura de Goiás e da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Ele enfatizou os pontos que são próprios das granjas de alto desempenho e que servem de referência para os suinocultores, em sustentabilidade, mão de obra e gestão. “O importante é sempre ter em mente o retorno financeiro que o produtor terá ao adotar um procedimento, seja qual for”, resumiu. O especialista frisou que a reprodução é a razão do negócio, logo, ter mais leitões e nascidos com qualidade é a grande meta da propriedade. “A granja precisa evitar as armadilhas. Ter um mínimo de 18 dias para o desmame, por exemplo. Sem falar na biosseguridade completa e dinâmica”, cravou.
No fim da manhã, os palestrantes e o público debateram os desafios que a sociedade e os novos consumidores estão impondo aos produtores de proteínas. “Existe uma guerra contra a produção de carnes no Brasil e no mundo. Sem falar nos inimigos do alojamento de rebanhos para produção de alimentos. Até por isso inauguramos nesta semana um estúdio de audiovisual para entrevistas, na sede da associação, em Espírito Santo do Pinhal. Queremos levar médicos, produtores, nutricionistas, gente que defende o nosso trabalho. Para jogar tudo na mídia, nas redes sócias. Precisamos todos agira e comunicar tudo de bom que fazemos”, bradou Valdomiro Ferreira Junior. Na sequência, os participantes almoçaram, saboreando pratos preparados com carne suína.
À tarde, a APCS e o Consórcio promoveram um bate papo exclusivo com os donos e gerentes das granjas presentes. Eles acompanharam uma apresentação de Boas Práticas de Fabricação, com Carolina Kikuchi, e a apresentação do manual de boas práticas de seguridade pelo comitê técnico da APCS.
A primeira edição do Workshop & Bate Papo da APCS e do Consórcio foi realizada em fevereiro e tratou do tema “A Suinocultura e o Meio Ambiente”. No segundo encontro, em março, o assunto foi “Fábrica de ração em uma granja de suínos”. O terceiro tratou do “O mercado da Cadeia Produtiva da Carne Suína”. Na sequência, a APCS debateu a ‘Sanidade suína e os reflexos na cadeia produtiva’. Depois, o workshop falou sobre ‘As regras sustentáveis para a suinocultura’. E no último encontro, os suinocultores paulistas mergulharam no assunto ‘Produzir suínos é transformar grãos em carne’.
A atuação da APCS conta com o apoio das empresas Polinutri, Trouw Nutrition, Nutriquest, Sauvet, Atlante, Tectron, Nutron, Ourofino Saúde Animal, Topgen, DB Genética Suína, Topigs Norswin, Microvet, Indukern, Alltech, Agroceres PIC, Desvet, Farmabase, Vitamix, Safeeds, Evance, Vaccinar, Orion, nutria, Basf, Agroceres multimix, Química Anastacio, Phileo, De Heus, MCassab, Choice Genetics, Suiaves, Nutricamp e Basseto Agro.
Fonte: Publique