O programa Fala Carlão visitou neste mês a empresa SBC (Serviço Brasileiro de Certificações), onde conversou com Luiz Henrique Witzler, presidente e fundador da SBC, sobre a história de sucesso da empresa. “Alemão”,como também é conhecido, é um dos nomes mais representativos na história das rastreabilidade de alimentos no Brasil, principalmente no setor de produção de carne bovina e certificação das fazendas que exportam para a Europa, que possui protocolo para identificação individual dos animais pelo menos nos últimos três meses antes do abate.
“Comecei com certificação de café orgânico, que era vendido no mercado externo, até 2001. Então, fui chamado para ajudar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no processo de habilitação para exportação de bovinos para a Europa. Tudo começou como uma consultoria para a empresa SBC, até então um negócio da médica veterinária Cristina Lombardi. Trabalhamos e nos envolvemos cada vez mais no que viria a ser o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV)”, contou. Certificação é um processo amostral de levantamento de conformidades. Você vai ao local e certifica como um produto é feito, as condições e o pessoal habilitado para fazer. Certifica um protocolo específico. A SBC cresceu focada no SISBOV e também fez um pouco de protocolo de boas práticas (Global Gap). Em 2009, Cristina Lombardi se aposentou e a empresa ganhou novo sócio, o zootecnista Sérgio Ribas Moreira, o ‘Serginho’, que já trabalhava na empresa. A SBC é líder de mercado no Sisbov, mantém 40% das fazendas certificadas, incluindo os grandes confinamentos do país, e quase dois milhões de bois por ano, em um total de quatro milhões. Tem presença em onze estados brasileiros. Escritórios em Cuiabá, Goiânia, Campo Grande, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, representante no Paraná. Mantém sede em Botucatu e trabalha com funcionários e auditores free lancers. Cinquenta pessoas no total. A SBC é credenciada para as certificações SISBOV, Marfrig Club e Tipificação de Carcaça.
“Nunca estivemos tão perto de termos mais projetos de remuneração por qualidade de carne. E o pecuarista ter uma remuneração maior por oferecer um produto diferente, que interesse ao consumidor. Essa condição é fundamental para o produtor sair da commodity. Buscar no consumidor a reposta e a remuneração da qualidade que ele está fazendo”, reforçou Luiz Henrique Witzler, que também é sócio das empresas Brasil GAP e da IBD Certificações, que mantém projetos na China, Europa, América Central e América Latina, além de um leque grande de produtos orgânicos.
“O MAPA quer delegar a terceiros ainda mais protocolos para ficar apenas com os protocolos sanitários. E hoje já existem os de Carne Angus e Carne do pantanal. No mundo é muito comum. É uma saída para quem tem produtos diferenciados serem reconhecidos na ponta da cadeia, com uma sistemática conhecida mundialmente”, concluiu.