Em algumas regiões do País, as chuvas já estão prenunciando que o período seco está chegando ao fim. Esse é momento em que os técnicos do setor recomendam como estratégico para dar início à preparação para a implantação de novas pastagens, não só com a reforma das áreas cultivadas com forragens, como também no planejamento para a suplementação do gado, necessária nesse período de transição da estação seca para o período das águas.
Para o engenheiro agrônomo Marcelo Ronaldo Villa, do Departamento Técnico de Sementes do Grupo Matsuda, “o maior problema da pecuária tropical continua sendo a sazonalidade do pasto que, durante o inverno perde a qualidade nutricional e diminui a produção de forragem. Nesse caso, se o pecuarista não se preparar com antecedência para aquele período, pouca coisa poderá ser feita quando o inverno chegar. Quem atua na área, sabe que o segredo da seca é um período chuvoso bem feito”, destaca.
Por essa razão, segundo Villa, o planejamento forrageiro tem sido a principal ferramenta para evitar o prejuízo. Um procedimento bastante simples para evitar tais problemas é o aproveitamento do excesso de forragem produzida no período chuvoso e o plantio da cana-de-açúcar como opção para a seca, entre outras técnicas, como o uso de leguminosas como excelente opção para associação com as pastagens”.
Ronaldo Villa recomenda, ainda, a todos os pecuaristas, “que tenham muito cuidado com a época de plantio, pois com o início das chuvas em algumas regiões do Brasil, muitos têm vontade de começar a plantar. Porém, não é só a umidade que determina a germinação das sementes, processo que depende também da temperatura do solo e da intensidade luminosa. Temperatura noturna muito baixa, associada com temperatura diurna muito alta, compromete a germinação das sementes. Mesmo quando chove bastante, há dias que são nublados, situação em que as sementes não germinam, pois o solo está molhado, há ausência de sol e o solo permanece frio”, comenta.
Sementes tratadas industrialmente
A escolha das sementes e a maneira correta de utilizá-las é um cuidado que todo produtor deve levar em consideração. O técnico da Matsuda destaca ter sido muito frequente “produtores mal orientados empregarem sementes de má qualidade quanto a sua pureza e grau de germinação e, principalmente, que não receberam o tratamento necessário para evitar doenças e pragas. Deve-se ressaltar a necessidade de utilização de sementes que tiveram sua qualidade verificada e certificada através da análise de pureza, germinação, viabilidade e presença de ervas daninhas, em laboratório especializado em forrageiras, pois uma das principais características dessas sementes é a sua dormência”, observa;
“As sementes de forrageiras são diferentes de todas as outras sementes existentes no mercado, não somente pelos padrões de pureza”, salienta Ronaldo Villa, lembrando que o diferencial começa lá, no início do processo, com a colheita que só é feita depois que as sementes maduras se despegam das espigas e se soltam no solo”. E esse diferencial continua com a exigência de análises necessárias para garantir sua qualidade, “quando as sementes de forrageiras são submetidas a um processo de tratamento físico e/ou químico que elimina a presença de nematoides, garantindo sua qualidade, principalmente com relação à boa germinação e presença de microrganismos fitopatogênicos”, assinala.
Segundo o Departamento Técnico do Grupo Matsuda, “o tratamento é um processo industrial pelo qual as sementes de forrageiras são revestidas com organominerais, inseticidas e fungicidas que protegem as sementes e as plântulas, de doenças e pragas encontradas no solo, como cupins, formigas, grilos, pythium, fusarium, entre outros da semeadura, e fase inicial da germinação até o completo estabelecimento da pastagem”.
“O investimento feito pelos produtores na formação da pastagem é a melhor forma de garantir longevidade e lucros na atividade, pois se evita problemas típicos das pastagens malformadas, como atraso na entrada de animais, dificuldades de manejo, redução da capacidade de suporte, perda de eficiência no aproveitamento de nutrientes, menor produtividade e, consequentemente, menor lucro”, conclui Ronaldo Villa.