Estadão Conteúdo – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou nesta terça-feira, 2, que o governo planeja mudanças para os próximos dias na fiscalização de frigoríficos do País. A decisão de fazer algumas alterações na estrutura de fiscalização sanitária, antecipada à coluna do Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, tem como objetivo a retomada das importações de carne bovina brasileira por alguns países, como os Estados Unidos. O ministro, que visitou o país do Hemisfério Norte, disse esperar a retomada do mercado norte-americano em 60 dias.
“Não nos foi dado nenhum prazo (para liberação de importação). Eu imagino que em sessenta dias da minha visita conseguimos resolver esse assunto. Esse é um prazo meu”, disse Maggi depois de acompanhar o presidente Michel Temer em encontro com a bancada ruralista, em Brasília. “Nós temos questões técnicas com os americanos; eles apontaram várias falhas por parte dos frigoríficos no Brasil. Nós estamos fazendo ajustes aqui dentro, medidas muito fortes virão para a gente recolocar o Brasil na condição que sempre tivemos de respeito no mundo pelas proteínas e pela qualidade do que vendemos lá fora.” Segundo Maggi, uma das medidas deve acabar com a interferência política no setor. O ministro não deu prazo para a divulgação das mudanças.
“Quando cheguei no Ministério achava que as indústrias deveriam ter total responsabilidade pelo que elas fazem. Mas, infelizmente, não é assim”, disse. “Nós temos que puxar a régua da fiscalização. Seremos mais rígidos, mais participativos. Faremos algumas mudanças para retirar de vez qualquer interferência política que pode haver nesse meio, que é umas das reclamações que o mercado internacional tem. Em poucos dias vamos apresentar essas alterações que darão essa tranquilidade aos consumidores e compradores de fora.”
Funrural
O ministro também afirmou que o governo espera que o Congresso faça mudanças no texto da medida provisória que alivia dívidas do Funrural. A MP prevê, de entrada, o pagamento de 4% da dívida consolidada, embora os parlamentares queriam alterar para 1% no caso dos produtores rurais e 1% dividido em cinco vezes para os adquirentes. “Esse é um assunto muito complicado porque, se formos atender a todos os pleitos, não íamos chegar a lugar nenhum. Era a hora de se apresentar a medida provisória. Os parlamentares terão a oportunidade de fazer as suas emendas, e o Executivo, dentro de sua responsabilidade fiscal, fará os vetos ou não. O importante é que de hoje em diante teremos uma base legal para trabalhar”, disse.