Leilão Nelore PO do Adir fatura R$ 1,4 milhão

Vento, chuva e frio não foram empecilhos para um dia de bons negócios para a pecuária brasileira. Rápido e com pista limpa, o Leilão do Adir, realizado em Ribeirão Preto (SP), em 3 de Agosto, registrou média de R$ 82.250,00.

Com 17 lotes de animais Nelore PO colocados à venda, entre touros, matrizes e aspirações, a proposta do remate foi resgatar a essência produtiva da raça que alçou o Brasil entre os maiores exportadores de carne bovina do mundo.

E a julgar pelo resultado expressivo o mercado entendeu o recado. “Esse foi um leilão feito de produtor para produtor e que mostra o rumo que a pecuária brasileira tem de ter. A genética ofertada é a realidade do que o Nelore PO produz e não uma probabilidade”, afirma Paulo Leonel, diretor do Grupo Adir.

Um bom exemplo é o touro Shivangi da 2L, o lote mais disputado do leilão Nelore PO do Grupo Adir, cuja cota de 50% foi comercializada por R$ 170.400,00, valorizando o animal em R$ 340.800,00. “Esse é um reprodutor único, capaz de refrescar sangue em plantéis do Brasil todo”, explica Leonel.

Shivangi tem pedigree totalmente aberto. Hakk FIV POI Brumado, o pai, traz Faulad, filho de Golias, linhagem pouco utilizada no passado e muito valorizada hoje na produção de carne Nelore de alta qualidade.

Já a mãe, Mainara FIV da 2L, possui na linha sanguínea Visual da Zeb. VR e Osela da Pontal VR, que por sua vez tem genética de Pradesh, um dos primeiros genearcas do Nelore brasileiro. Além das linhagens citadas, destaque também para os ascendentes diretos de Kavardi, um dos seis raçadores lendários da importação de Nelore PO da Índia, em 1962.

A sede do Grupo Adir, a Estância 2L, recebeu cerca de 400 pecuaristas e contou com compradores oriundos dos estados do Acre, Rondônia, Rio Grande do Norte Bahia, Goiás,  Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

O Leilão Adir também ofertou uma bateria especial de Sindi, raça igualmente zebuína, mas de origem paquistanesa. De aptidão leiteira, mas que se mostra promissora na produção de carne em abates técnicos, é adaptada a regiões semiáridas.

Por este motivo, ganha adeptos no Nordeste e Centro-Oeste brasileiros. Seis animais, sendo um touro e cinco matrizes fizeram média de R$ 11 mil.

“Essa edição do Leilão de Nelore PO do Grupo Adir ainda contou com um diferencial importante, o lançamento do Programa de Melhoramento Genético Banco do Brasil e Adir, uma iniciativa que objetiva a evolução da pecuária brasileira”, lembra Leonel. Executivos do BB ficaram à disposição dos investidores durante toda a programação.

O Grupo Adir compreende a Estância 2L, berço da pecuária seletiva, e a Barreiro Grande, em Nova Crixás (GO), onde é conduzida a criação de Nelore comercial sob pastagem e uma temperatura que facilmente chega aos 40ºC.

Abate técnico por touro – Além da preocupação com caracterização racial e conformação desejada para condições de campo, esculpida pelo patriarca Adir do Carmo Leonel, há 58 anos, o Grupo Adir tem investido pesado em abates técnicos por touro desde 2014.

Coordenado pelo professor Sérgio Pflanzer, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Campinas/SP), o projeto comprova que os animais Nelore PO necessitam de fertilidade, adaptação, equilíbrio, aprumos corretos, linha dorsal plana e racial preservado, pois sem ele é impossível obter padronização de carcaças.

Único no País, o trabalho provou os touros Jiandut FIV (linhagem Golias), OPUS FIV do Brumado (linhagem Jeru), Naman FIV da 2L (linhagem Visual), Jallad FIV da 2L (Golias) e Palluk POI FIV da 2L, também de linhagem Golias.

Os resultados mostram novilhos Nelore abatidos com peso médio de 20@, rendimento de carcaça entre 57 e 59% e espessura de gordura subcutânea de 4 a 6 mm, suficientes para os credenciar a qualquer programa de qualidade de carne bovina.

A iniciativa é coroada por avaliações de carcaça in vivo, promovidas por Liliane Suguisawa, da DGT Brasil, que revelaram o touro Nelore número um em marmoreio: Quanupur da 2L, que deixou para trás nada menos que outros 500 mil animais.

Garantia de mercado – A genética Adir tem sido uma forma de pecuaristas faturarem mais no abate do gado de corte. O Grupo possui parceria exclusiva com a Fazenda Conforto, o maior confinamento do Brasil, que abate 120 mil bois por ano e paga prêmio mínimo de 25% sobre o indexador boi gordo CEPEA/GO a prazo por bezerros com genética Adir.

Da mesma forma, o grupo coordena e abastece um recém-criado Programa de Qualidade de Carne Nelore do Frigorífico Masterboi, que possui sede em Recife (PE) e plantas no Pará e Tocantins.

“Há um público que exige produtos de qualidade superior e acreditamos que a parceria com o Grupo Adir ajuda atender a essa demanda”, afirma Amaro Rodero, diretor do grupo Masterboi.

Em Alagoas, a parceria é com a Cooperativa do Agronegócio do Boi (Cooperboi), que possui 52 cooperados. “Nossa meta principal é abastecer a gastronomia local com cortes mais tenros, macios e suculentos”, diz José Ronaldo, diretor da Cooperboi, que aprovou o projeto de avaliação de carcaça realizado pelo Grupo Adir.

“A marca Adir é uma das poucas, se não a única, remunerada por qualidade de carne bovina na ponta final da cadeia no mundo”, explica Leonel.

Financiamento BB – A edição 2018 do Leilão do Adir marcou o início do convênio do Grupo com o Banco do Brasil. Recém-lançado, o Programa de Melhoramento Genético Banco do Brasil e Adir oferece taxas a partir de 4,6% e até dez anos para pagar.

“O Banco do Brasil é o maior banco da América Latina e líder mundial em crédito para o agronegócio. Não podemos associar uma marca tão valiosa quanto à nossa a outra que não seja do porte do Grupo Adir. Não temos dúvidas de que o programa será um sucesso”, frisa o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Marco Túlio Moraes da Costa.

 

 

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