O programa Fala Carlão marcou presença nesta terça-feira, em São Paulo, durante o evento que marcou o anúncio do projeto que conseguiu completar o sequenciamento do genoma do fungo P. pachyrhizi, causador da ferrugem asiática. A descoberta é considerada uma das mais importantes para auxiliar no desenvolvimento de manejos mais eficientes de combate à doença.
O patógeno é complexo e pela alta capacidade de se adaptar às estratégias de controle é difícil de ser controlado e combatido. O trabalho marca a união de um consórcio internacional, formado por representantes de 12 instituições públicas e privadas: Universidade Federal de Viçosa, Fundação 2Blades, Bayer, Embrapa, as universidades alemãs de Hohenheim e de RWTH Aachen, o Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA-França) e a Universidade de Lorraine (França). Também integra o consórcio o ‘Joint’ Genome Institute (JGI, EUA), da KeyGene, do Laboratório Sainsbury (Reino Unido), da Syngenta.
Para a realização do trabalho foram utilizadas tecnologias de sequenciamento de última geração capazes de fornecer leituras de fragmentos de DNA pequenos (Illumina) ou longos (PacBio). Em nota divulgada as instituições de pesquisa destacam que o sequenciamento revelou que o genoma é extremamente rico em sequências repetitivas e DNA não codificante e que a missão daqui pra frente é “decifrar a biologia do fungo e entender, no nível molecular, a sua complexa interação com a soja”.
A ferrugem asiática apareceu pela primeira vez nas lavouras brasileiras em 2001, no Paraná, e vem causando prejuízos cada vez maiores a cada ano. De acordo com o consórcio Antiferrugem a doença pode causar perdas de até 90% da produção se não for controlada. A estimativa é de que a cada safra sejam gastos mais de US$ 2 bilhões para combater a doença aqui no Brasil.