A pesquisadora mundialmente reconhecida Temple Grandin estará no Brasil entre os dias 16 e 19 de julho, para promover a adoção de boas práticas de bem-estar animal na produção pecuária. Em sua agenda no país, ela participará do workshop “Temple Grandin de Bem-estar Animal”, que será realizado nos dias 18 e 19 de julho, no Teatro Gamaro, em São Paulo. A pesquisadora vem ao Brasil a convite da JBS, da Boehringer Ingelheim e da Tortuga®, marca da DSM, em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia (ETCO), coordenado pelo professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, Mateus Paranhos.
Autista, Temple identifica detalhes que passam despercebidos pela maior parte das pessoas e entende de forma única o comportamento animal. Com isso, desenvolveu o chamado “manejo racional” em unidades produtivas, trazendo uma série de recomendações que se mostram eficientes para melhorar o bem-estar dos bovinos e reduzir o índice de acidentes.
Improvisação e pressa são substituídas por planejamento e calma, retratando elementos básicos do entendimento de como o gado se move e reage durante a realização dos manejos. As instalações produtivas, por exemplo, são adaptadas para o chamado “curral em curva”, no qual os animais se movimentam com mais facilidade e de forma tranquila, pois têm a percepção de que estão voltando para o ponto de partida. Como vantagens dessas técnicas, os rebanhos ficam mais calmos e têm melhores respostas produtivas.
Atualmente, quase metade dos bovinos nos Estados Unidos é manejada em instalações projetadas por Temple. Suas orientações estão difundidas por todo o mundo, inclusive no Brasil, onde muitos pesquisadores e produtores têm adotado, cada vez mais, suas ideias e recomendações, alcançando resultados bastante positivos, como o melhor aproveitamento da carne. No Brasil, por exemplo, as plantas da JBS em Campo Grande (MS) e em Diamantino (MT) foram construídas com base nos projetos desenvolvidos pela pesquisadora.
Diferencial dessa vinda ao Brasil será a visita da pesquisadora, pela primeira vez, a uma fazenda do Centro-Oeste para acompanhar o manejo e conhecer as práticas realizadas no sistema brasileiro. A fazenda escolhida foi a Orvalho das Flores, localizada em Araguaiana (MT), de propriedade de Carmen Martins Perez, presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) e uma das grandes influenciadoras de bem-estar animal no Brasil. Na propriedade, que produz 1.200 bezerros por ano, Temple avaliará o sistema utilizado para os procedimentos de nascimento e desmame bem como ensinará a forma “gentil” de manejo com os bovinos.
Na mesma linha de interação, mas em outro momento de sua agenda, já na cidade de São Paulo, a pesquisadora se reunirá com os principais grupos de pesquisa brasileiros para contribuir com os projetos de bem-estar animal que estão em desenvolvimento no país. Ela receberá os pesquisadores para uma apresentação de trabalhos acadêmicos, no dia 19 de julho, no Teatro Gamaro.
Também reconhecida por seu ativismo em causas relacionadas ao autismo, Temple Grandin fará uma palestra sobre o tema para pais e cuidadores de pessoas diagnosticadas no espectro autista. Essa troca de experiências é um pedido da própria pesquisadora, para que inspire os pais de autistas com sua história de vida. O encontro será realizado no dia 17 de julho, no Teatro Gamaro. Temple recebeu o diagnóstico de autismo, ainda criança, e hoje é considerada um dos principais símbolos do movimento em todo o mundo.
O bem-estar animal na cadeia produtiva – As práticas de bem-estar animal foram desenvolvidas com embasamento científico e têm por objetivo avaliar e favorecer as questões de saúde, emocionais e de comportamento natural para que o animal alcance melhores índices de qualidade de vida. De forma prática, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) defende a adoção do novo princípio, “de uma vida que vale a pena ser vivida”, que implica na necessidade, em geral, de minimizar experiências negativas e, ao mesmo tempo, proporcionar aos animais oportunidades de experiências positivas. Este conceito tem implicações para revisar e potencialmente atualizar padrões mínimos em códigos de bem-estar. Assim, os procedimentos ganham cada vez mais relevância tanto na indústria quanto entre os consumidores finais, que exigem das empresas o cumprimento de boas práticas de bem-estar na produção de proteína animal.
A JBS, por exemplo, investiu mais de R$ 45,2 milhões, nos últimos dois anos, em melhorias de bem-estar animal em suas operações no Brasil, que envolvem os processos produtivos de carne bovina, aves e suínos. Para gerenciar o tema, a companhia conta com equipes multidisciplinares e especializadas em cada tipo de proteína, que passam por constante aprimoramento. Somente no ano passado, a JBS promoveu treinamentos com aproximadamente 15 mil colaboradores e produtores, com o objetivo de disseminar as melhores práticas de mercado em toda a cadeia produtiva. A empresa possui, ainda, um Comitê de Bem-estar Animal, integrado por representantes das áreas de Sustentabilidade, Qualidade, Bem-estar Animal, Agropecuária e Comunicação Corporativa.
A Tortuga®, marca da DSM de suplementos nutricionais para bovinos, equídeos, ovinos e caprinos, ao longo de seus 64 anos de atuação no Brasil tem contribuído para a disseminação de práticas sustentáveis e de bem-estar animal aos pecuaristas. A DSM conta com seu próprio Comitê de Bioética e Bem-estar Animal, profundamente envolvido em avaliar todos os protocolos experimentais antes de serem executados, zelando pelo bem-estar e boas práticas de manejo. Por meio de suas tecnologias inovadoras de vitaminas, minerais, enzimas, eubióticos e carotenoides, a DSM auxilia sobremaneira o bem-estar dos animais, promovendo a melhor saúde e o melhor aproveitamento dos nutrientes oferecidos, levando-os à máxima performance, sem gerar estresse por isso. Essas tecnologias de manejo nutricional que são levadas a campo pela equipe técnica fortalecem ainda mais a vocação do Brasil em produzir alimento nobre com bem-estar animal.
A Boehringer Ingelheim, umas das líderes mundiais em saúde animal, tem como um de seus principais pilares o comprometimento com o bem-estar animal, tanto no desenvolvimento e aplicação dos seus produtos, como também nos serviços e disseminação de boas-práticas nas propriedades pecuárias. Prova disso são os treinamentos realizados com vaqueiros e capatazes nas fazendas de pecuária de corte e leite, em parceria com o Grupo ETCO e a BEA Consultoria e Treinamento. Por meio de vídeos explicativos de boas práticas de manejo, desde o nascimento dos bezerros, passando por desmame, vacinação racional, entre outros manejos essenciais, contribuindo para uma pecuária eficiente e sustentável.