Está na moda neste período de Covid-19 mencionar Sun Tzu – general do exército chinês e autor dos manuscritos que originaram o livro “A Arte da Guerra” – que escreveu:
“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha, sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Tão importante quanto estruturar um bom planejamento estratégico é conhecer, entender e mapear as estratégias dos seus concorrentes. Sem isso certamente você estará disputando no escuro, sem saber as armas dos seus oponentes.”
Ao observar o Brasil aqui de Bruxelas tenho a impressão de que ainda não conhecemos o inimigo – Covid-19 – e tampouco nos conhecemos. Assim, ou mudamos de atitude ou perderemos esta e muitas outras batalhas.
Enquanto muitos, pelas razões mais diversas, tentam ainda culpabilizar os chineses por esta pandemia, eu, além de enaltecer o estratégista chinês Sun Tzu, talvez por ter descendência japonesa, recordo também o Kaizen, que não é um estrategista japonês e muito menos um general, mas um conceito utilizado pelas montadoras japonesas que incentiva a melhoria contínua. É uma maneira de pensar e de incentivar a todos a pensarem que tudo pode ser melhorado constantemente e que, pequenos ou grandes ajustes, podem trazer resultados excepcionais. Talvez a maior parte do êxito dos negócios deva-se à correta implantação e ao controle do que foi planejado. Aos líderes cabe o desafio de monitorarem no detalhe toda essa operação.
Líderes, onde estão os nossos ?
Que eu saiba, segundo a nossa Constituição em vigor, são atribuições do Presidente da República tudo o que consta na Seção II, artigo 84 e assim, a meu ver, vivemos em um país que nem mesmo alguns daqueles que foram nomeados pelo Presidente conhecem as leis que regem o nosso país. Portanto, antes de iniciar a pensar na implementação do Kaizen, seria necessário que os nossos líderes entendessem as regras de base para, em seguida, detalhar a operação necessária para enfrentar este inimigo que já está chegando nas nossas trincheiras com conhecimento de causa.
Efeito Urashima Taro !
“Há muitos e muitos anos, um pescador chamado Urashima Taro salvou uma tartaruga que era maltratada por jovens na praia e a devolveu ao mar. Dias depois, enquanto pescava, aquela tartaruga o abordou e, agradecida, levou o pescador para um reino mágico no fundo do mar. No intervalo que ele achou serem dias, Urashima foi muito feliz, vivendo emoções inacreditáveis. Mas veio a saudade e Urashima quis voltar à terra. Recebeu de presente de uma princesa do mar uma arca, que não deveria ser aberta se ele quisesse voltar ao reino. Quando chegou à sua vila, viu que, na verdade, havia se passado muito tempo. Sem encontrar nenhum amigo ou parente vivo, abriu a arca proibida, de onde saiu uma névoa que o fez envelhecer. Então, ele se sentou na areia, e chorou”
Ou mudamos o Brasil ou esta parábola vai se concretizar como se fosse a história da minha vida!
Jogi Oshiai é articulista da Plataforma AgroRevenda e sócio da eLO Consultoria.