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Publique no resultados do Programa Safiras

Carlão presidente do Grupo Publique marca presença no evento.

Carlão presidente do Grupo Publique marca presença no evento.

O Grupo Publique, editor da Revista Senepol, acompanhou em 6 de outubro, na cidade de Pirajuí (SP) e na Fazenda da Grama, propriedade da família Fernandes, liderada por José Antônio Fernandes Neto, o “Zé Torneira”, a divulgação de mais uma bateria de resultados do Programa Safiras, primeira edição de 2015. Entre técnicos e pecuaristas, os anfitriões receberam por volta de 150 entusiastas do gado Senepol de várias praças importantes da pecuária nacional para apresentar os resultados na 11ª edição do Programa Safiras, trabalho que visa aferir e conferir a real capacidade de jovens fêmeas da raça de se tornarem doadoras de embriões com garantia de efetivo melhoramento genético. Esta primeira bateria de testes no ano contou com a participação de mais de 230 novilhas entre 12 e 18 meses (idade de entrada) de diversos selecionadores.

Deizinho Bellodi e Jads, que forma dupla sertaneja com Jadson

Deizinho Bellodi e Jads, que forma dupla sertaneja com Jadson

Segundo Júnior Fernandes, filho do patriarca, diretor do Senepol da Grama e um dos pioneiros na introdução do Senepol no Brasil, o Programa Safiras nasceu de uma necessidade pessoal. “Diante de minha formação técnica, em Medicina Veterinária, sempre tive dificuldade em vender um animal da raça que não tivesse uma informação detalhada de seu desempenho. Por exemplo, como vender uma novilha à um novo criador? Por sua beleza, pelo seu pedigree? Isto nunca me deixou tranquilo”.

Diante desta dificuldade ou necessidade, culminou em 2009 com a realização da 1ª edição do programa, cujo objetivo é de identificar aquilo que os olhos não podem ver, ou seja, o real potencial genético e econômico de cada animal, independente de sua beleza, pedigree ou criador. O nome do programa originou-se de uma pesquisa feita pela internet, levando à descoberta da seguinte citação: “As safiras azuis são pedras preciosas populares. Já as safiras douradas são pedras preciosas altamente valiosas e raras. Antigos mágicos e sacerdotes privilegiavam as mesmas, por elas lhes darem o poder de consultar o futuro.”

Estava instituído o nome: Programa Safiras. Iniciado em 2009, já com 11 edições, com mais de 1,3 mil novilhas Senepol avaliadas e qualificadas, em idade jovem, de mais de 150 genearcas diferentes. Além de que, nas quatro últimas edições, já foram avaliadas mais de 700 fêmeas, para eficiência alimentar. Algo inédito, inovador e pioneiro na bovinocultura de corte brasileira, mas que se torna muito necessário, pois é uma informação zootécnica que mexe diretamente com a eficiência do negócio.

Todo este esforço, realizado com a participação contínua dos melhores especialistas do País, nas áreas de nutrição, reprodução e avaliação de carcaça; além da presença de renomados pesquisadores, como, por exemplo da Embrapa gado de Corte, por seu Embrapa – Geneplus (programa de melhoramento genético da empresa). Isto levou o Safiras à premiação internacional concedida pela Senepol Cattle Breeders Association (EUA), recebida em Porto Rico em 2011; e também ao reconhecimento do mercado nacional, como o mais completo programa de avaliação e qualificação de fêmeas Senepol.

Programa Safiras

As fêmeas são avaliadas em diversos aspectos. No ponderal, pelo Ganho de Peso Médio Diário (GMD). Na eficiência alimentar, pelo peso da dieta convertido em kg/animal. Na avaliação de carcaça por ultrassonografia, observando Área de Olho de Lombo (AOL), deposição de gordura externa (ER) e marmoreio (deposição de gordura entre fibras, MAR). Também é feita uma avaliação de aspectos reprodutivos, como o escore da população folicular; ou seja, observação por ultrassonografia da quantidade de oócitos presentes nos ovários. Também são avaliadas outras características morfológicas do trato reprodutivo. Concluindo, pondera-se morfologia geral dos animais, no que diz respeito à funcionalidade e padrão racial; além de escore corporal.

Cada uma dessas avaliações geram notas que determinarão se a fêmea é uma doadora ou matriz. Uma doadora, assim como um touro de central, está apta a produzir filhos em escala, por meio de “Transferência de Embriões (TE)” ou “Fertilização in Vitro (FIV)”, pois há grande potencial genético dela transferir suas habilidades às suas crias. Já a matriz não é alvo de descarte (salvo exceções), mas deve-se deixá-la no campo produzindo um bezerro por ano. Contudo, por sua genealogia, pode ser capaz de produzir uma doadora no futuro.

Esta primeira bateria do ano do Programa Safiras, denominada “Safiras 2015.1”, mais uma vez apontou as três campeãs, as 10% melhores de toda a safra, as doadoras consideradas elite, superior e regular; além de matrizes, também superiores, regulares e inferiores. A segunda melhor fêmea é de um dos participantes e usuários de fêmeas do programa, Jairo Ferreira Lima, da Genetropic, com propriedade em Prata (MG), em parceria com o Senepol da Grama. Trata-se de um dos selecionadores mais antigos do Senepol, raça que completa apenas 15 anos de Brasil, mas com mais de 300 criadores. Para Lima, “o Safiras é uma ferramenta indispensável, hoje, no melhoramento do Senepol”. De um elenco de quase 80 doadoras, mais 60 são provenientes do programa, sendo que as últimas que não passaram pelo crivo, devem sair nos próximos meses.

Deizinho Bellodi, filho da pecuarista Zélia Bellodi, é o jovem criador que apresentou as 1ª e a 3ª melhores novilhas da prova, também juntamente com o Senepol da Grama. Ele também já possui doadoras destaques do Safira ou, como os adeptos denominam, “safiradas”. Os primeiros produtos estão nascendo em série na sua propriedade, que fica Jaboticabal (SP). Ao longo de todo o dia, Bellodi não escondeu seu entusiasmo; lembrando que, quando esses animais saem do teste e são comercializados, recebem garantias dos vendedores da condição que ela recebeu de doadora; portanto, uma segurança para quem compra.

O Senepol

O raça Senepol é proveniente da ilha de Saint Croix, na América Central, especificamente no Caribe. Nos anos de 1800, bovinos da raça N’ Dama, foram importados do Senegal, Oeste Africano, para a ilha caribenha da Saint Croix, Ilhas Virgens. N ‘Dama, um Bos Taurus, foi uma excelente alternativa para o Caribe não só por sua resistência ao calor, insetos, parasitas e à doenças, mas também pela habilidade de sobrevivência em regiões áridas da África. Em 1889, Henry C. Neltropp, um dos maiores criados de N’ Dama, possuía um rebanho de 250 cabeças, que era um rebanho de animais puros. Bromlay, filho de Henry C. Neltropp, queria desenvolver um bovino que combinasse aptidões a nível superiores de produção com as condições ambientais das Ilhas Virgens.

Esforços anteriores em introduzir bovinos de regiões de clima temperado haviam fracassado devido ao estresse calorífico e nutricional que estes animais sofriam ao serem submetidos às condições duras de clima e pastagens da ilha. Em 1918, foram introduzidas genéticas de Red Poll para o rebanho de Neltropp, com o intuito de melhorar a habilidade materna, fertilidade e dar caráter mocho aos animais. Esta combinação de Red Poll com animais N ‘Dama foi relativo sucesso para fundar a base da raça Senepol. O isolamento geográfico de Saint Croix protegeu o Senepol das modas e influências que sofreu a bovinocultura das raças puras dos EUA.

A finalidade do Senepol era converter em carne, as pobres pastagens da Ilha, para serem consumidas pelos próprios habitantes de Saint Croix. Por décadas os filhos e filhas dos animais mais consistentes eram usados como animais de reposição ao rebanho. Foi essa intensa pressão de seleção que proporcionou a base das gerações da raça Senepol. A seleção para níveis superiores de performance tornou o Senepol uma raça de características bastante consistentes e desejáveis aos trópicos. Por isso, hoje seu grande avanço no Brasil, principalmente no fornecimento de touros para o cruzamento industrial.