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Financiamento de matrizes gera polêmica

Exigência de certificado de melhoramento genético inviabilizará compra de matrizes comerciais, diz Famato

Com a nova regulamentação da Resolução 039 de 15 de dezembro de 2015, todas as solicitações de financiamento de matrizes bovinas devem atender ao item 2.1 do título III, alínea “d”, inciso IV, número 2, que exige um certificado de melhoramento genético de matrizes e reprodutores emitido pela associação de raças. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) analisa a nova resolução com preocupação, pois esta exigência de certificado inviabilizará a compra de matrizes comerciais.

“Este certificado, que garante o melhoramento genético de um animal, é o registro genealógico que acompanha animais puros de origem PO, Livro Aberto LA ou Certificado Especial de Identificação e Produção CEIP. As matrizes comerciais não possuem registros e isso vai comprometer o financiamento do gado. Não tem como conhecer as gerações anteriores de cada matriz sem o registro genealógico”, exemplificou o gestor técnico da Famato, Guto Zanata.

Durante a reunião da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural (CPACR) da Secretaria Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), realizada no dia 20 de janeiro, a Famato protocolou um ofício solicitando a alteração junto ao Condel/Sudeco para a retirada desta exigência na aquisição de matrizes, possibilitando assim a comercialização de fêmeas comerciais. A mesma medida foi tomada pela Federação de Agricultura de Goiás. “A partir de agora a CPACR fica responsável em acionar ao Condel, uma vez que se faz necessária essa alteração. Da maneira que está vai prejudicar a aprovação dos financiamentos de matrizes comerciais pelo FCO aos produtores rurais”, disse Zanata.

De acordo com Zanata a proposta é que permaneça a exigência de certificado somente para reprodutores. “É possível comprar esses reprodutores com registro e com certificado, mas no caso das matrizes é praticamente impossível. O produtor vai pagar muito mais caro em animais registrados, o que inviabiliza a criação para corte”, explicou.

As instituições presentes como Associação dos Engenheiros Agrônomos, Acrimat, Sedec, Banco do Brasil, Ampa, Aprosoja, Arefloresta e OCB foram favoráveis à alteração da nova resolução.

Fonte: Famato