Reposição, insumos relacionados a nutrição animal e o crescimento das exportações de carne estão entre os indicadores positivos para a cadeia da carne bovina em 2018. A previsão é da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (ASSOCON).
Bruno Andrade, gerente executivo da entidade, aponta como principal desafio a retomada do consumo interno de carne bovina. “A expectativa também é positiva em virtude da retomada do crescimento da economia e queda da inflação, mas não é possível identificar o ritmo de aumento da demanda no mercado doméstico, que pode ser mais lento do que o esperado”, explicou durante a Intercorte, etapa de Araguaína (TO).
Sua palestra “Indicadores 2018 para o planejamento da pecuária de corte” destacou vários tópicos importantes para o sucesso da pecuária no país, como custo de produção para os sistemas intensivos, oferta de insumos, consumo interno e exportação de carne bovina.
“É fundamental avaliar os indicadores relacionados ao mercado pecuário para ter sucesso em 2018. Pelo lado da demanda, analisando o consumo interno e externo, e na oferta, avaliando reposição, insumos e abates. E, conforme já observado nos últimos dois anos, será necessário entregar animais mais pesados para a indústria, aproveitar melhor o potencial produtivo do animal, dado que o 1º semestre de 2018 poderá não trazer mudanças tão evidentes assim”, explica Bruno Andrade.
Mesmo considerando a estimativa de queda de 15,5% (Conab) na produção da 1ª safra de milho, o gerente executivo da Assocon não espera grande pressão para aumento de preços do insumo, importante especialmente para a pecuária intensiva, pois o estoque do produto tende a se manter em nível estável. “Já as exportações de carne bovina tendem a ser melhores, rompendo os 6 bilhões de dólares em 2018”, afirma o dirigente.
Um alerta: existe a possibilidade do aumento da oferta de animais para abate, o que pode segurar as cotações do boi gordo e apertar um pouco as margens do pecuarista.
“É importante abordar esse assunto agora para o produtor se preparar para 2018, trabalhando melhor o planejamento e encarando os desafios. Esses indicadores precisam ser acompanhados pelo pecuarista, pois podem mudar e o pecuarista ser obrigado a rever sua estratégia. O que é certo é que um bom planejamento e o uso de tecnologias adequadas precisam fazer parte da rotina das propriedades pecuária”, ressalta o gerente executivo da Assocon.