A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) convida as demais entidades do agronegócio brasileiro e todos os milhões de brasileiros que, direta ou indiretamente, dependem das atividades do agro para o seu sustento e de suas famílias a uma reflexão.
A quem interessa prejudicar a imagem do agronegócio brasileiro?
A recente polêmica causada pelo enredo do G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense traz à tona muito mais do que uma discussão sobre as fantasias ou nome de alas que a escola escolheu ou, ainda, trechos da letra do samba-enredo. A livre manifestação de opiniões e a diversidade cultural são frutos do exercício da plena democracia em nosso País. Portanto, mais do que repudiar a postura da escola, cabe-nos questionar porque o produtor rural brasileiro é alvo constante de sórdidos ataques. Se pequeno e pobre, sua imagem é associada a personagens fictícios como aquele interpretado por Mazzaropi ou pelo Chico Bento, criado pelo cartunista Maurício de Sousa. Se obteve sucesso e retorno financeiro é tido como latifundiário, escravocrata e poluidor do meio ambiente.
Temido por seus concorrentes no mundo, o agronegócio brasileiro deveria ser reconhecido internamente pelo que verdadeiramente é: sinônimo de tecnologia, inovação, alta produtividade, respeito ao meio ambiente, sustentabilidade e, principalmente, de comprometimento com a sagrada missão de produzir alimentos, energia e conforto para milhões de brasileiros a um custo baixo, além de gerar milhares de empregos e bilhões de reais em renda para os brasileiros.
Aqui cabe outra reflexão: Ao gerar alimento seguro e barato para 200 milhões de brasileiros e abastecer os veículos de outros tantos milhões, o agro tem um papel fundamental como mantenedor da segurança e da paz em nossa sociedade. Então, quais são as razões para o preconceito em relação ao agronegócio?
Nas últimas décadas foram feitos diversos investimentos em tecnologia que permitiram ao Brasil alcançar posição de destaque no mercado mundial de carnes e de genética bovina, sendo considerada como uma atividade moderna, competitiva e sustentável. Destaca-se, aqui, o trabalho incansável de pesquisadores e criadores focados no melhoramento genético do rebanho brasileiro e nas biotecnologias reprodutivas, que ajudaram a reduzir o ciclo de produção, aumentar a produtividade por hectare e elevar a qualidade da carne e do leite produzidos no País, com menor uso da área de pastagem e melhoria do uso do solo.
O mesmo pode ser dito sobre os demais setores de produção de proteína animal, como a suinocultura e avicultura brasileiras, que são destaque em produtividade. Na agricultura, somos líderes de produção em diversas culturas, com destaque para soja, milho, feijão, arroz, citros e hortaliças.
Quem ignora a realidade do campo, tem a errônea impressão que somos o país “onde se plantando tudo dá”. Essas pessoas esquecem que em cada pedaço de chão produtivo, há um produtor e sua família trabalhando e enfrentando inúmeras dificuldades.
Cabe, aqui, outro momento de reflexão:
Até que ponto, ao se tornar um grande produtor de proteína animal e vegetal, o Brasil passa a ser uma ameaça a outros grupos (?) e economias agrícolas?
Vale ressaltar que os ataques a setores do agronegócio ocorrem, também, em outros países. Em reação a eles, foi cunhado o termo “AGvocacy”, em tradução livre, “advocacia em prol do Agro”, para denominar as ações em defesa do setor.
A ASBIA oferece total apoio às demais entidades do setor agropecuário que se sentiram atingidas pelo infeliz enredo, e entende ser urgente a organização do setor na defesa de seus interesses e da imagem do produtor rural brasileiro, que trabalha de sol a sol, todos os dias da semana, para o crescimento do Brasil.
O povo brasileiro vive um processo importante de valorização da ética e dos direitos civis e não se pode mais aceitar a perpetuação de velhos estigmas, principalmente, quando usados de forma a prejudicar o setor que mais contribui para a economia brasileira atualmente.
Sergio de Brito Prieto Saud
Presidente