O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a Nota Técnica 6/2017, na sexta-feira (30/06), assinada pelo Secretário de Defesa Agropecuária, Luis Eduardo Pacifici Rangel, e pela diretoria do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (DFIP), Janaina Gonçalves Garçone. “A detecção de abcessos em carcaças não está relacionada à qualidade das vacinas contra febre aftosa”, diz a nota.
De acordo com o comunicado do Mapa, a Nota Técnica é embasada nas diretrizes do PANAFTOSA (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa), amparados no Regulamento Técnico para Produção e Controle de Qualidade de Vacinas Contra a Febre Aftosa, aprovado pela Instrução Normativa nº 50/2008, em que se aceita, no teste de tolerância, a observação do surgimento de nódulos no local da aplicação.
Ocorrência de abcessos
“É importante ressaltar que nódulo é uma reação esperada em função da presença do adjuvante oleoso na formulação da vacina, existindo registro dessas ocorrências desde o início do uso obrigatório da vacina oleosa no Brasil (1992)”, diz a nota. Além disso, o comunicado afirma que abcessos são lesões que ocorrem eventualmente em decorrência de más práticas e de contaminação microbiológica no local da aplicação.
De acordo com a nota, todas as partidas de vacina contra febre aftosa passam por testes de esterilidade para garantir que não houve contaminação no produto durante o processo de fabricação. “O agravamento das reações locais, ou a evolução dessas reações para abscessos, estão relacionados com a aplicação incorreta do produto, podendo levar a perdas no processamento das carcaças”, diz.
Como o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) tem informado em suas comunicações ao mercado, a Nota Técnica do Mapa esclarece que “a vacinação contra febre aftosa constitui-se em estratégia fundamental para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA e para o Plano Hemisférico de Erradicação da doença – PHEFA”.
Erradicação da febre aftosa
Segundo o Mapa, por meio da vacinação massiva e sistemática dos bovinos e bubalinos, conseguiu-se a erradicação da febre aftosa no País e o avanço no mercado internacional de carnes, alcançando condição de liderança nas exportações. As regras para a produção e controle de qualidade de vacinas contra a Febre Aftosa estão aprovadas pela Instrução Normativa nº 50/2008 do Mapa.
De acordo com a regulamentação estabelecida, os fabricantes de vacinas contra a febre aftosa são obrigados a realizar, em cada partida produzida, testes de controle de qualidade para avaliar a potência, segurança, esterilidade e tolerância. Essas partidas são submetidas aos mesmos testes no Laboratório Nacional Agropecuário do Mapa, como condição de liberação para a comercialização e uso.
Testes da vacina
De acordo com a nota, todas as partidas são testadas e aquelas cujos resultados de análise não estiverem conformes são condenadas e destruídas. O índice de aprovação de vacinas contra a febre aftosa no controle oficial desde o ano de 2015 até 2017 é de 98%. Por conter em sua composição adjuvante óleo mineral na proporção de 70 por cento do volume da dose, a vacina contra aftosa é um indutor de reações no local da aplicação, o que é esperado para a proteção do animal vacinado.
Ainda segundo a nota divulgada pelo Mapa, reações no local da aplicação, reações alérgicas e de hipersensibilidade são inerentes à maioria dos medicamentos injetáveis, com intensidade variável de acordo com o tipo de produto e do indivíduo. As advertências sobre estes efeitos e os cuidados para a correta aplicação sempre estão previstos nos rótulos e bulas dos produtos.
SF Agro