*Por Rosana Oliveira Rocha
O agronegócio brasileiro é produtivo e rentável há muito tempo. O país bate recordes de produtividade, produção e comercialização desde a época do café, o que se estende também a vários outros produtos que vêm da agricultura. Além disso, o agronegócio é um segmento bastante heterogêneo, que também sofre impactos de acordo com particularidades de cada região do Brasil.
O público do agronegócio tem vários perfis, por isso, saber fazer uma comunicação que atenda esses diferentes públicos de forma clara é de suma importância. É preciso despertar empatia e estabelecer uma relação de confiança.
Por conta dos perfis muito diversos, não há um meio único de comunicar dentro do agronegócio. As formas podem variar desde mala direta até uma comunicação mais próxima, por SMS. Todos os meios de comunicação são importantes e cada um tem seu espaço, dependendo do público. Tem que segmentar para chegar com eficiência naquele público-alvo que você quer.
A comunicação deve ser planejada de forma simples, é como se você estivesse batendo um bom e gostoso papo com o seu melhor amigo de infância. O agricultor de berço, aquele que nasceu no campo, é uma pessoa absolutamente simples em seus hábitos e ações. Então, para falar com ele, não se pode complicar.
Atualmente, os temas mais falados dentro do agronegócio estão relacionados a questões ambientais e produtividade. Um conceito pouco presente na comunicação voltada para esse ramo é o cuidado que precisam ter com a propriedade. O produtor quer produzir cada vez mais, isso é fato. Mas também está pensando no futuro, no que vai ficar para seus filhos. São muito ligados à família e o futuro deles é sempre o mais importante.
Outros temas presentes nesse tipo de comunicação estão voltados para conceitos sobre a integração lavoura, pecuária e floresta (LPF), que vêm chegando lentamente ao campo, em regiões muito específicas.
Por conta de todas as particularidades desse segmento, muitas agencias de comunicação vêm se especializando na área, a fim de ter uma comunicação eficaz. Que devem ter participação constante da agência em feiras agrícolas de diversas regiões do país, para conhecer de perto os hábitos das pessoas com as quais a agência pretende falar.
É importante não apenas pesquisar, mas viver esse ramo, conhecendo mais de perto suas particularidades. Não é apenas pesquisa, é vivência. Atualmente, muitas agências começaram a se colocar como “especialistas em agronegócio”, sem realmente ter vivência no segmento. Se colocam como especialistas sem ter pisado em uma única feira agrícola, sem saber como é um pé de milho e que a melancia é uma planta rasteira. Não conhecem a realidade do campo e, por isso, não sabem ainda como chegar a esse público com uma comunicação eficiente. Só que o agro é a bola da vez.
* Designer, Sócia-proprietária da agência 2 Design e Comunicação, onde atua com atendimento ao cliente e planejamento. É especialista em gestão empresarial e amplo conhecimento em mídias digitais. Atuante em comunicação no segmento do agronegócio e especialista em comunicação nesse setor, bem como no setor da indústria. Conhecimento em marketing e endomarketing.