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Leilão Fazenda Sant’Anna eleva média de touros

Realizado na própria sede do criatório no dia 15 de setembro, com transmissão nacional pelo canal Terraviva, o remate comprova que o pecuarista brasileiro está cada vez mais em busca de touros diferenciados, que combinem ótima morfologia funcional, com DEPs positivas e a garantia oferecida pela Fazenda Sant’Anna. O faturamento chegou a R$ 1.639.900,00 com a venda de 149 animais.

As médias do remate ficaram acima das do ano passado: R$ 11.040,31 para 129 touros Nelore, R$ 13.675,00 para 12 reprodutores Brahman,  R$ 5.300,00 para seis touros Gir Leiteiro (seleção iniciada em 2006) e R$ 9.900,00 às vacas Girsey, uma novidade que agradou os criadores presentes, sendo resultantes do cruzamento entre Gir Leiteiro e Jersey. A média geral, contabilizando todos os reprodutores, ficou em R$ 11.021,99.

“Mais uma vez o leilão da Fazenda Sant’Anna mostrou a força da tradição. Foi um remate realmente especial porque mostrou o gado que o público deseja. Voltado à seleção genética, sem perder aprumos, estrutura, umbigo, aparelho reprodutor e caracterização racial”, constata o leiloeiro Adriano Barbosa, que comandou o martelo do 30º Leilão Fazenda Sant’Anna.

Segundo Bento Abreu Sodré de Carvalho Mineiro, promotor do remate junto ao pai Jovelino Carvalho Mineiro, as médias do leilão aumentaram 27%, em comparação a 2018.

“O resultado mostrou que o pecuarista está apostando no futuro, com a abertura de mercados que o País conseguiu junto à Indonésia e o maior número de plantas frigoríficas habilitadas pela China, hoje a maior importadora da carne bovina brasileira”, avalia Bento Mineiro, que também destaca a oferta das duas vacas Girsey, que produzem o queijo Mandalla, eleito o melhor do mundo em competição internacional em Araxá (MG), um dos produtos da Pardinho Artesanal, que faz parte dos negócios da Fazenda Sant’Anna.
Os maiores compradores do remate foram os criadores Gil e André Medeiros Freitas, de Araputanga (MT).

30 anos de evolução da pecuária – Nos últimos 30 anos a pecuária brasileira registrou seus maiores avanços produtivos. A idade de abate dos animais diminuiu de cinco para menos de três anos, o peso de carcaça aumentou de 16@ para 20@ e o Brasil passou da condição de importador a exportador de carne bovina para mais de 180 países.

Entrando um pouco mais a fundo na questão do melhoramento genético de bovinos, Bento Mineiro destaca a importância atual do padrão racial dos touros e das características funcionais, sejam eles Nelore, Brahman ou Gir Leiteiro. “As qualidades fenotípicas e funcionais são extremamente importantes, pois os touros têm de caminhar longas distâncias em pastagens altas, atrás de água, comida e da própria vacada. Animais com problemas de aprumo e umbigo estão fora do escopo produtivo da Fazenda Sant’Anna”, ressalta o criador, lembrando que seleção Nelore iniciou na propriedade em 1974.

Já a raça Brahman desembarcou na Sant’Anna em 1996, com foco em linhagens paraguaias, para substituir o Brangus, que havia ingressado no plantel em 1986, raça sintética que mostrou os segredos da qualidade de carne aos proprietários.

“Descobrimos que não basta produzir boi. Ele precisa resultar numa carne de melhor qualidade. Esse é o grande legado deixado pelo Brangus”, lembra Bento Mineiro. O Brahman permitiu produzir a mesma qualidade de carne do Brangus, mas com custo menor.

Um bom touro também precisa de fertilidade, rusticidade e tamanho mediano, sem que encolha muito.  Mesmo o Nelore não está imune a tais preocupações. “Produzir bons reprodutores selecionados a pasto é o compromisso da Sant’Anna com a raça-matriz da produção de carne brasileira e qualquer outro gado”, ressalta Bento Mineiro.

A história da propriedade ilustra perfeitamente as transformações da pecuária brasileira nos últimos 30 anos, com a utilização de ultrassom para avaliar carcaça em 1980, integração lavoura e pecuária (ILP) em 1995, inseminação artificial, fertilização in vitro, criação da  Associação do Novilho Precoce e financiamento do projeto Genoma do Boi, em 2003.