Depois de um aumento de 22,5% nas exportações de sêmen bovino em 2018, o mercado de genética brasileiro segue com forte demanda em 2019. Representantes do Ministério da Agricultura da Guatemala estiveram neste mês no Brasil para habilitar centrais de sêmen e de embriões para a exportação de material genético. O presidente da Associação dos Criadores de Gir e Girolando da Guatemala, Daniel Zuniga, que integrou a comitiva, informou que já existe protocolo sanitário entre os dois países, mas com essa habilitação será possível ampliar o comércio bilateral.
Entre as empresas que foram certificadas pelos representantes do Ministério da Agricultura da Guatemala estão o Cenatte Embriões, com sede em Pedro Leopoldo/MG, e a Semex Brasil, com sede em Blumenau/SCU. Segundo o gerente de Exportações do Grupo Semex, Mário Karpinskas, a maior demanda da Guatemala é pelas raças leiteiras tropicais, como Girolando e Gir Leiteiro, e as raças zebuínas de corte, como o Nelore. “Vários pedidos para envio de sêmen e embriões foram feitos e devem seguir em breve para lá e, também, para outros países. No ano passado, triplicamos as exportações. E nos primeiros meses de 2019, já superamos todo o volume exportado em 2018”, informa Karpinskas.
Não só os países da América Latina têm demonstrado interesse na genética bovina do Brasil. A Ásia é outro mercado que vem crescendo. “Nas raças de corte, por exemplo, há uma grande procura pela raça Nelore. Ela puxou as exportações de sêmen no ano passado e a tendência é que continue na liderança neste ano, pois é uma raça com grande capacidade de produzir carne, mesmo em países de clima adverso ou com pouca infraestrutura”, explica o gerente de Exportações do Grupo Semex.
Em junho, comitivas de mais de 10 países devem desembarcar no Brasil para participar da Megaleite, considerada uma das mais importantes exposições leiteiras da América Latina. Acompanhados da equipe técnica da Semex, os visitantes estrangeiros vão visitar, além da feira, fazendas produtoras de genética, já visando a futuras importações.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Gir e Girolando da Guatemala, a genética brasileira está ajudando a melhorar o desempenho da pecuária leiteira de seu país. “Temos um convênio técnico com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando que está nos permitindo ampliar nosso rebanho de animais registrados e, assim, dar um salto de produtividade e qualidade. Sabemos que estamos no caminho certo, que o Girolando é a raça para produzir leite nos Trópicos”, assegura Zuniga. Segundo ele, a Guatemala caminha para ser autossuficiente na produção de leite, o que deve ocorrer em breve graças aos investimentos na melhoria genética do rebanho.