Em 2 de julho, a cidade de Guararapes, SP, sediou um dos mais aguardados leilões de touros do Brasil, realizado pela Fazenda Terra Boa, de José Luiz Niemeyer dos Santos. A 11ª edição do Leilão Touros Terra Boa ofertou 100 machos, além de bezerros comerciais e novilhas prenhes, fruto do investimento da Fazenda Terra Boa no projeto de precocidade sexual que caminha para a quarta geração.
O leilão faturou R$ 1,4 milhão, com a oferta de aproximadamente 219 animais das raças Nelore PO e Brangus JT vindos da Terra Boa e convidados. A média dos touros Nelore atingiu R$ 10.550, valor próximo ao registrado pelo grupo de 10 bezerros com DEPs genômicas. Os animais de 10 meses de idade tinham acurácia relativa a de touros em torno de três anos, o que explica a valorização. Eles foram cotados à média de R$ 10.200. Já a média geral das fêmeas atingiu R$ 9.630.
“Nosso leilão prezou por suprir a exigência de um mercado no qual as avaliações genéticas dos animais ganham cada vez mais importância e tornam-se obrigatórias”, aponta Niemeyer.
Na opinião do presidente da ABCZ, Arnaldo Manoel Machado Borges, o Arnaldinho, que prestigiou o evento no Noroeste paulista, “o trabalho de seleção Terra Boa é o modelo correto, o caminho de se fazer melhoramento genético”
Todos os animais vendidos foram avaliados pelo PMGZ e ANCP, com tecnologia Clarifide. O mesmo rigor técnico foi aplicado na oferta de Brangus avaliados pelo Programa Natura e validados pela tecnologia GeneSTAR Black do Clarifide para garantir que os reprodutores transmitam o gene da pelagem preta aos seus descendentes.
Eles foram os mais valorizados do leilão: R$ 14.570 por 34 touros, incluindo o valor de R$ 24 mil pagos pela Agropecuária Arataú na compra do reprodutor Brangus JT 1477. Animal de terceira geração, o touro de 33 meses apresentou o maior CE (circunferência escrotal) do leilão – 44 cm. A média das fêmeas ultrapassou R$ 9.500.
Participações especiais
Entre os presentes esteve João Carlos Shneider, o Kaju, da Gap Genética, referência nacional da criação de Brangus, em Urugauaiana, RS. O tradicional pecuarista acompanhou desde a abertura até encerramento do leilão e destacou a importância da marca para uma genética de resultados. “É uma produção de primeira linha, que ajuda a disseminar o Brangus para o País de forma muito responsável e consistente”, disse.
Na opinião de Celso Barros Correia, da Nelore IBC, o diferencial do leilão Terra Boa foi a bateria de touros apresentados. “São animais de ótima morfologia e carcaça plena, que é o que se preconiza na atual pecuária produtiva e de resultados”.
O remate contou com a participação de 53 compradores de vários Estados como Espírito Santo, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará. Luiz Augusto de Arruda Miranda foi quem mais investiu: alcançou a marca de aproximadamente R$ 120 mil.
Além da oferta selecionada, o Leilão Touros Terra Boa vendeu animais comerciais da Agropecuária Casari, de Alta Floresta, MT. O criatório de Milton Casari utiliza a genética produzida por José Luiz Niemeyer para fazer bezerros comerciais no Estado, uma parceria que dura bons anos. Eles abriram a oferta do leilão, com 79 animais negociados a R$ 5,95 kg/vivo. Nas novilhas meio-sangue vendidas pela Bemi Agropecuária, o preço médio foi de R$ 5,12 kg/vivo.
Os negócios foram coordenados pelos leiloeiros João Antônio Gabriel e João Campo, sob os cuidados da Central Leilões e transmissão do Canal Rural.
*Texto: GoAgro Comunicação