Mais de quinhentos participantes de vinte países. Uma mescla de 60% de profissionais da indústria e 40% de estudantes e professores de dezenas de universidades do mundo. Receita exata para a proposta da segunda Conferência Científica da Associação de Ciência Avícola (PSA – Poultry Science Association) na América Latina, que terminou nesta quinta-feira, no Royal Palm Resort, em Campinas (SP): “Conectando a comunidade global de avicultura”. Serão três dias de programação científica de alta qualidade, apresentação de novas tecnologias e premiação a projetos acadêmicos. Um programa com sete tópicos que abordam temas de interesse para a indústria avícola da América Latina, uma das maiores do planeta.
A conferência foi aberta com a saudação do presidente da PSA, Billy Hargis, e do gerente global de enzimas da DSM e presidente do comitê organizador, José Otávio Sorbara. Na sequência, o responsável pela área de Produtos Nutricionais da DSM, José Augusto Luvizotto, fez a primeira palestra, abordando o tema ‘Como a Indústria Avícola na América Latina está evoluindo e o Papel Fundamental dos Institutos e Universidades de Pesquisa’.
“Hoje, 30% das carnes produzidas no planeta são carne de frango. São três galinhas para cada ser humano no mundo. E o papel do Brasil neste avanço impressionante é fundamental”, disparou Luvizotto.Ele destacou que a Avicultura do Brasil cresceu acima do Produto Interno Bruto (PIB) nas duas últimas décadas e hoje produz mais de 13 milhões de toneladas por ano, exportando um terço do total, além de quase 40 bilhões de ovos. E apontou que, mesmo assim, os investimentos públicos nas pesquisas declinou fortemente no Brasil.
“O nosso país forma, hoje, oito mil médicos veterinários e 4,5 mil zootecnistas por ano. Logicamente, nem todos atuam na área de animais de produção, mas nem citamos aqui engenheiros agrônomos, profissionais de meio ambiente, de finanças, contabilidade, etc.”, completou o executivo da DSM. Ele reforçou, ainda, as tendências que já marcam o futuro da produção de alimentos de aves: produtividade, sustentabilidade, segurança alimentar, alimento orgânico, veganismo, digitalização, tecnologia e Bem-Estar. “E ainda devemos avançar na qualidade e sustentabilidade de produção de aves orgânicas e convencionais, no atendimento das populações ainda famintas e na diminuição do uso de antibióticos. E não podemos esquecer que o consumidor está mudando sem parar”, concluiu José Augusto Luvizotto.
Na sequência, começaram as apresentações dos resumos científicos da competição entre estudantes e o primeiro de sete simpósios que marcaram o congresso até hoje, dia 8. O primeiro foi “Novas Tecnologias e Avanços no Monitoramento e Controle da Salmonella na Produção Avícola”, que contou com a presença dos pesquisadores Ângelo Berchieri Junior, da Universidade estadual Paulista (UNESP), de Jaboticabal; Antonio Piantino, da Universidade de São Paulo; Vagner Ricardo Lunge, da Universidade Luterana do Brasil; Eduardo Muniz, da Zoetis, e Paulo Pelissari, da Seara.
A partir da quarta-feira, foram destaques os assuntos “Oportunidades e Desafios na Mudança para um Sistema de Cálcio Digerível para Nutrição de Frangos de Corte”, “Desarmando o Inimigo – Uma Nova Abordagem para o Controle de Doenças Entéricas, Visando os Fatores de Virulência Bacteriana”, “Interação entre Saúde Intestinal e Integridade Esquelética em Frangos de Corte”, “A Ciência que Permitiu a ABF Acontecer e as Implicações”, “Simpósio: Modelando a Produção Avícola”, e “Ensaios Científicos de Campo – Ponto de Vista da Indústria e Academia”. O dia de abertura ainda contou com os especialistas ligados às industrias e professores-pesquisadores das principais universidades latino-americanas participando de uma mesa redonda que debateu as necessidades da Indústria.